Páginas

sábado, 30 de abril de 2016

O golpe: interino ou permanente?

O Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão apresentou na noite deste sábado, o "Ministério" de Michel Temer com direito a foto em passagem aérea pela Esplanada dos Ministérios em Brasília e mini-currículo dos escolhidos que tiveram destacados seus envolvimentos em ações como a Lava-Jato e Zelotes. 

Ao mesmo tempo, começam a surgir questionamentos sobre os dispositivos da Lei do Impeachment, a Lei 1079 e da Constituição de 1988 sobre o impedimento do ou da Presidente da República que determinam o afastamento do titular do cargo, durante o processo, após recebida a denúncia pelo plenário do Senado. Segundo a Constituição, o Presidente ou a Presidente será afastado (a) por 180 dias e o vice-presidente assumirá interinamente a função até a condenação ou absolvição que darão fim ao processo.

E aí que porca torce o rabo na evocação do velho ditado. Se o processo contra a Presidente for recebido para julgamento pelo Senado - que se transforma e Casa Julgadora sob a Presidência de Ricardo Lewandowski, Presidente do Supremo - Dilma é afastada do cargo e se dá então a interinidade de Michel Temer. 

O mal do estatismo

Mas, agora parece que o processo já foi decidido e Dilma vai perder o mandato mesmo antes do julgamento. Explica-se: interino não pode nomear ministros por ser interino e haver a expectativa de direito de retorno ao cargo da Presidente, caso absolvida no julgamento. Mas, a rede Globo, a grande mídia, o consórcio PMDB-PSDB e partidos de oposição já tratam de cargos definitivos quando Temer deveria governar durante esses 180 dias, com os ministros nomeados pela titular Dilma. 

Aceitar que Temer forme um ministério seu como se fosse Presidente definitivo é decretar por antecipação a condenação de Dilma. O resto é falácia. 

Nas definições dos nossos melhores dicionários assim se define interino: 

interino
in.te.ri.no
adj (inter+ino) 1 Provisório. 2 Que exerce posições provisórias na falta ou impedimento do funcionário efetivo. 3 Passageiro. 4 Temporário. 5 Que serve ou está provido temporariamente.

Diz a Constituição: 



Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º – O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º – Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º – Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º – O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

2. Sobre quem substitui o Presidente:

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.


 


Vale dizer: enquanto não houver sentença definitiva, Dilma continuará Presidente e Michel Temer, vice-Presidente, ainda que no exercício da Presidência, como ocorre nas viagens da Presidente... 

Ora, vice-presidente o exercício da presidência, não pode ter o poder de mudar ministério e políticas de governo. Isso é prerrogativa do Presidente e Dilma continuará Presidente até a sentença definitiva do Senado. 

 

Daí o embroglio...

 

E o Caiado virou Calado...



 

Sem comentários....

O retrocesso de Pai Temer

Circula pelas ruas de São Paulo um cartaz afixado em postes que mostra de forma evidente como boa parte da população já percebe um eventual governo de Michel Temer. O cartaz não inclui as figuras de Gedel Vieira Lima, Moreira Franco, Eduardo Cunha e outros do mesmo nível, mas aponta o tal programa "Ponte para o Futuro" - que melhor seria se se chamasse "Pinguela para o Passado" - a base de um desastre. 

Hoje, por exemplo, em entrevista a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa Família revelou a proposta de Temer de só atender somente os 5% mais pobres da população com os programas sociais do governo, o que tiraria de imediato de 40 milhões de beneficiários do Bolsa Família os seus ganhos mensais de pouco mais de R$150,00.

Se o desastre de um governo Temer acontecer, o Brasil vai viver o maior caos de sua história recente, pois como diz o escritor Fernando Morais “se Temer não aumentar impostos, diminuir o tamanho do estado e apertar o gasganete dos trabalhadores, perde a blindagem". 

O cartaz é este: 
 




A entrevista da Ministra Tereza Campello, que sabe bem do que fala, ao Portal Brasil 247 é esta: 

Por meio de nota, o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Tereza Campello, demonstrou preocupação com o programa do PMDB para a área social. que defende o foco apenas na população 5% mais pobre; "A intenção de focalizar a política social na parcela dos 5% mais pobres, em populações esparsas e vivendo em comunidades isoladas, sugere que cerca de 40 milhões de beneficiários do Bolsa Família ficarão desprotegidos", diz o texto; "O Brasil superou em 2014 a pobreza extrema. Praticamente erradicou o trabalho infantil entre crianças mais pobres. Muito se deve ao Bolsa Família, que também contribuiu para tirar o Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas"



247 – Uma nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Social aponta que a proposta de política social do governo Michel Temer pode excluir 40 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Confira abaixo:

Documento Travessia Social sinaliza retrocesso em políticas públicas


Opção por atender apenas a parcela de 5% mais pobres da sociedade sugere que 40 milhões de beneficiários deixarão de receber Bolsa Família
Brasília - O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome manifesta preocupação com o retrocesso sinalizado pelo documento Travessia Social, que expressa as intenções do PMDB para as políticas sociais.
A agenda social apresentada diz que o crescimento econômico, a redução da inflação e o equilíbrio fiscal devem vir primeiro. Ou seja, é o retorno de uma antiga teoria de que é preciso primeiro fazer crescer o bolo para depois distribuí-lo. E isso implica abrir mão do processo de desenvolvimento inclusivo e das significativas conquistas sociais registradas nos últimos anos.
A intenção de focalizar a política social na parcela dos 5% mais pobres, em populações esparsas e vivendo em comunidades isoladas, sugere que cerca de 40 milhões de beneficiários do Bolsa Família ficarão desprotegidos. 
“Estamos diante da real possibilidade de desmonte do programa que garante o acompanhamento escolar de 17 milhões de crianças e jovens e é reconhecido internacionalmente por ter reduzido em quase 60% a mortalidade infantil por desnutrição”, avalia a ministra Tereza Campello.
Entre outros resultados cientificamente comprovados, o Bolsa Família já contribuiu para reduzir em mais da metade o déficit de altura das crianças mais pobres, um indicador da desnutrição crônica associado a deficiências intelectuais. Muitos dos beneficiários chegaram à universidade. Com acesso à comida e à educação, as crianças ganharam direito a um destino diferente dos pais.
O Brasil superou em 2014 a pobreza extrema. Praticamente erradicou o trabalho infantil entre crianças mais pobres. Muito se deve ao Bolsa Família, que também contribuiu para tirar o Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas, além de ajudar a movimentar a economia, sobretudo nos pequenos municípios. Não há como não ver nas propostas do PMDB um claro retrocesso nas conquistas sociais do país.

 

Aroeira: pela vida toda e + 100 anos

Curioso com o nome daquele que hoje é considerado um dos melhores chargistas do Brasil, fui procurar na Internet dados sobre a aroeira, madeira de lei que havia aos montes na minha infância e hoje parece desaparecida dos campos brasileiros. Pretendia com isso, fazer uma ligação entre os desenhos do excelente analista político que pé o chargista e a planta hoje rara. 

Encontrei isso: 

Aroeira - Árvore que dura a vida toda e mais 100 anos, dizem os sertanejos a propósito dessa espécie, que já foi abundante em quase todo o Brasil e hoje corre o risco de desaparecer. A aroeira é uma árvore quase mítica. Não pela imponência de seu porte, mas pela dureza da madeira, que carrega a fama de ser a mais resistente do Brasil. O cerne é considerado praticamente imputrescível. “Dura a vida toda e mais 100 anos”, diz um dito popular sertanejo. Por conta dessa reputação, foi e tem sido muito explorada, tornando-se escassa em todas as regiões de ocorrência. Está incluída na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, 

Como prova de que tudo que se liga a Aroeira é madeira rígidaa e forte e que dura mais de cem anos, eis a sua última charge publicada no "Tijolaço" do Fernando Brito: 
 


AROEIRABOATO



As charges de Aroeira, como a árvore, são feitas para durar uma eternidade neste, pela verdade que encerram, naquela pela firmeza de seus troncos...

Uma charge para o sábado...





Retrato da realidade e lição para a História...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O preço de uma consciência

Hoje, diante das notícias, sou obrigado a voltar ao Tema Miguel Reali Júnior e Janaína Paschoal, agora para comentar a novidade: eles receberam 45 mil reais cada um para assinar a peça pseudo-jurídica que busca o golpe parlamentar no País. Não incluo Hélio Bicudo por não ter lido nada a respeito da figura do sexagenário ex-petista, desautorizado até por seus familiares com acusação de senilidade. 

Não tenho nada contra advogado receber honorários por seu trabalho e como antigo operador do Direito eu também atuei na defesa de muita gente e na acusação de uns poucos. Nem sempre fui remunerado como deveria e não lamento isso. Mas, como princípio moral que estabeleci para minha vida, jamais aceitaria causa que fosse contra o meu próprio País e seu povo mais simples. Acho que, por isso, não fiquei rico com a advocacia. 

Este preâmbulo todo serve para dizer que agora entendo, embora não aprove, o desempenho dos dois advogados paulistas que estavam representando um papel pago. Não o fizeram por convicção. Fizeram por dinheiro, jogando o País nas mãos sujas de Eduardo Cunha. 

Agora, uma coisa fica bem clara: a advogada Janaína Paschoal exagerou na sua representação, pois um advogado que se respeita jamais incorporaria uma pomba-gira na USP ou derramaria teatrais lágrimas pelas criancinhas, sentada em honorários de 45 mil reais.  Mas, há advogados que até se vestem de palhaço para levantar bons honorários. Mas, estes são os "adevogados" que existem por aí.




E uma boa grana, mas não bastante para comprar consciência.

"A inguinorança que astravanca esse golpe"...

Momento hilariante da defesa do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, vivenciado pela advogada Janaína Paschoal na tarde de ontem no Senado Federal...




Como se diz cá na roça, "é a inguinorança que astravanca esse golpe"...

Mobilização no 1º de maio: a marcha a ré do golpe

Apesar da grande mídia praticamente haver deposto a presidente Dilma e "empossado" Miguel Temer, as lideranças dos movimentos sociais estão avaliando que ainda é possível reverter o pedido de impeachment no Senado, especialmente depois da caótica sessão de ontem na Comissão do Senado quando vários senadores não filiados ao PMDB e ao DEM-PSDB questionaram os depoimentos de Reali Júnior e Janaína Paschoal. 

Para essas lideranças, uma grande mobilização dos movimentos populares no domingo pode influir decisivamente nos senadores mudando votos que até agora eram contabilizados pelos que são favoráveis ao golpe. 

São Paulo - Manifestação em defesa do governo e da presidenta Dilma Rousseff, na Avenida Paulista (Juca Varella/Agência Brasil)


Assim: chamando os amigos e nos mobilizando, vamos todos às ruas no 1º de maio!!! 

Janaína viajou na maionese

O desempenho da advogada Janaína Paschoal na Comissão do Senado que analisa o impeachment da Presidente Dilma Roussef decepcionou e frustrou senadores e a plateia que o assistiram. Além de discorrer sobre fatos ocorridos antes do atual mandato da Presidente, o que não é permitido pela Constituição, foi "confusa e ininteligível em seu discurso". 

O show da advogada na USP com a "república da cobra" não se repetiu



 

Segundo matéria do UOL, a advogada da cobra, quer dizer, a advogada paulista, disse ainda, em resposta ao relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que 

 “o processo é primeiramente jurídico, uma vez que, não importasse o tamanho da crise do ponto de vista econômico e político, não justificaria impeachment. Por isso pegamos um trabalho seríssimo do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Lava Jato. O pedido é de "natureza mista" (???) e não é porque são os motivos jurídicos que justificam, mas porque essa Casa que faz o julgamento, também é político." 

Como ninguém entendeu o raciocínio da advogada, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN)a firmou que ela "viajou na maionese" e completou "a senhora falou de muita coisa menos das pedaladas e dos decretos. A senhora aqui, em vários momentos, falou com base em suposições. Olha que coisa grave. A senhora expôs o Senado ao ridículo. Fez uma exposição frágil, inconsistente, contraditória, confusa e sem sustentação jurídica nenhuma". 

 Todos os que esperavam o desempenho da advogada no discurso da USP como mostra o vídeo, ficaram surpresos com a ausência do show.

Frustração: Janaína viajou na maionese

O desempenho da advogada Janaína Paschoal na Comissão do Senado que analisa o impeachment da Presidente Dilma Roussef decepcionou e frustrou senadores e a plateia que o assistiram. Além de discorrer sobre fatos ocorridos antes do atual mandato da Presidente, o que não é permitido pela Constituição, foi "confusa e ininteligível em seu discurso".

O desempenho da "república da cobra" não se repetiu



Segundo matéria do UOL, a advogada da cobra, quer dizer, a advogada paulista, disse ainda, em resposta ao relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que

 “o processo é primeiramente jurídico, uma vez que, não importasse o tamanho da crise do ponto de vista econômico e político, não justificaria impeachment. Por isso pegamos um trabalho seríssimo do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Lava Jato. O pedido é de "natureza mista" (???) e não é porque são os motivos jurídicos que justificam, mas porque essa Casa que faz o julgamento, também é político." 

Como ninguém entendeu o raciocínio da advogada, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN)a firmou que ela "viajou na maionese" e completou "a senhora falou de muita coisa menos das pedaladas e dos decretos. A senhora aqui, em vários momentos, falou com base em suposições. Olha que coisa grave. A senhora expôs o Senado ao ridículo. Fez uma exposição frágil, inconsistente, contraditória, confusa e sem sustentação jurídica nenhuma".  

Todos os que esperavam o desempenho da advogada no discurso da USP como mostra o vídeo, ficaram surpresos com a ausência do show.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Com o rabinho bem preso...

A charge do dia: 


















Direto lá do Facebook

Não vem ao caso...

Certamente, "não vem ao caso"é o que dirão os membros do Ministério Público sobre a gravação divulgada hoje pelo site do Brasil 247 mostrando quatro procuradores da república (com minúscula mesmo) tentando induzir um caseiro do sítio frequentado pela família de Lula em Atibaia (SP) a acusar o ex-presidente. 

Com nome dos procuradores e o áudio do interrogatório de um homem simples, em fita gravada pelo filho do depoente, fica bem claro que os membros do MP na Operação Lava-Jato agem para incriminar indevidamente a figura do ex-mandatário. 

E caso para o CNMP e o ministro Teori Zavascki tomarem ciência e agir e não fazer como o juiz Sérgio Moro que, diante de qualquer menção que não lhe convenha partidariamente, diz "não vir ao caso": 


Marcos de Vasconcellos, do Conjur - Ameaçar testemunhas com o intuito de influenciar o resultado de uma investigação criminal configura crime de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal, já decidiu o Supremo Tribunal Federal. No entanto, é difícil imaginar qual é o possível desfecho quando a atitude é do próprio Ministério Público Federal.

Ameaças veladas, como “se o senhor disser isso, eu apresento documentos, e aí vai ficar ruim pro senhor”, que poderiam estar em um filme policial, foram feitas em plena operação “lava jato”. E em procedimento informal, fora dos autos.
O cenário é uma casa humilde no interior de São Paulo. Quatro procuradores batem à porta e, atendidos pelo morador — que presta serviços de eletricista, pintor e jardinagem em casas e sítios—, começam a questionar se ele trabalhou no sítio usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se conhece um dos donos do imóvel, o empresário Jonas Suassuna. Ao ouvirem que o homem não conhecia o empresário nem havia trabalhado no local, começam o jogo de pressões e ameaças:

Procurador: Quero deixar o senhor bem tranquilo, mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente pra depor daqui a alguns dias, e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas...
Interrogado: Dessas... Sobre o quê?
Procurador: Sobre, por exemplo, o senhor já trabalhou no sítio Santa Barbara?
Interrogado: Não trabalho.
Procurador: O senhor já conheceu o senhor Jonas Suassuna?
Interrogado: Nunca... Nunca vi.
Procurador: O senhor já fez algum pedido pra ele em algum lugar?
Interrogado: Nem conheço.
Procurador: Então, por exemplo, aí eu te apresento uma série de documentações. Aí fica ruim pro senhor, entendeu?

A conversa foi gravada pelo filho do interrogado, um trabalhador da região de Atibaia. Os visitantes inesperados eram os procuradores do Ministério Público Federal Athayde Ribeiro Costa, Roberson Henrique Pozzobon, Januário Paludo e Júlio Noronha.

Nas duas gravações, obtidas pela ConJur, os membros do MPF chegam na casa do “faz tudo” Edivaldo Pereira Vieira. Sutilmente, tentam induzi-lo, ultrapassando com desenvoltura a fronteira entre argumentação e intimidação, dando a entender que dizer certas coisas é bom e dizer outras é ruim.
 Na insistência de que o investigado dissesse o que os procuradores esperavam ouvir, fazem outra ameaça velada a Vieira, de que ele poderia ser convocado a depor e dizer a verdade.
Procurador: É a primeira vez, o senhor nos conheceu agora, e eventualmente talvez a gente chame o senhor pra depor oficialmente, tá? Aí, é, dependendo da circunstância nós vamos tomar o compromisso do senhor, né, de dizer a verdade, aí o senhor que sabe...

Interrogado: A verdade?
Procurador: É.
Interrogado: Vou sim, vou sim.
Procurador: Se o senhor disser a verdade, sem, sem problema nenhum.
Interrogado: Nenhum. Isso é a verdade, tô falando pra vocês.
Procurador: Então seu Edivaldo, quero deixar o senhor bem tranquilo, mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente pra depor daqui a alguns dias, e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas...
Investigado ou testemunha

Ao baterem à porta de Vieira, um dos procuradores diz: “Ninguém aqui tá querendo te processar nem nada, não”.
No entanto, o nome de Pereira Vieira aparece na longa lista de acusados constantes do mandado de busca e apreensão da 24ª etapa da operação “lava jato”, que investiga se o ex-presidente Lula é o dono de sítio em Atibaia, assinado pelo juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
 Ao se despedirem, deixando seus nomes e o telefone escritos a lápis numa folha de caderno, os membros do MPF insistem que o investigado escondia algo e poderia “mudar de ideia” e decidir falar:
Procurador: Se o senhor mudar de ideia e quiser conversar com a gente, o senhor pode ligar pra gente?
Interrogado: Mudar de ideia? Ideia do quê?
Procurador: Se souber de algum fato.
Interrogado: Não...
Procurador: Se você resolver conversar com a gente você liga pra gente, qualquer assunto?
Interrogado: Tá.

Ouça aqui o áudio.


Temer: "Eduardo Cunha é imprescindível"...

Este vídeo é inacreditável, mas esclarece muita coisa do que vem ocorrendo no Brasil: 




Direto do Facebook

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Esse Anastácio me dá uma azia...

O Portal Viomundo do Luiz Carlos Azenha publicou um texto que é demolidor. Aí vai parte dele: 

Rogério Correia desmascara o golpe: Anastasia, relator do impeachment no Senado, deu pedaladas de R$ 63,3 bi quando governador de Minas; no caso de Dilma, foram R$ 2,5 bi


Captura de Tela 2016-04-27 às 19.50.28

Minas desmascarando o golpe: As pedaladas de Anastasia


por Rogério Correia*

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi posto em um dilema ao ser escolhido relator da comissão de impeachment no Senado.

Encarregado de analisar as acusações que pesam contra a presidenta Dilma Rousseff sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, o tucano corre o risco de admitir que cometeu crime durante o período em que foi governador de Minas Gerais.

Pois, nesse período, praticou atos idênticos aos que constam na peça acusatória da presidenta.

Entre 2011 e 2014, foram editados 972 decretos de suplementação orçamentária.

É o que atestam relatórios do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).
Segundo os documentos, mesmo sem cumprir as metas fiscais estabelecidas nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) de 2011, 2012 e 2013, o então governador editou decretos de suplementações orçamentárias para aumento de despesas primárias. Exatamente o mesmo expediente adotado pelo governo federal.

Imagem que vale mais de mil palavras

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

















Esta veio direto lá do Facebook...


A frase do dia

De Emir Sader, uma dos mais destacados analistas da política nacional, no portal da Rede Brasil Atual



Foto: Blog do Enock

A onda conservadora de Trump e de Moro

A jornalista argumenta que, por desconhecer a história recente do país, é que alguns grupos saem às ruas para pedir a volta da ditadura militar

Ela não tolera mais o convívio democrático e tem como característica o ódio e a agressividade. A democracia era boa quando a direita ganhava. Quando passou a perder, começou a apelar

 Por aqui, a direita não tolera mais o convívio na democracia. Nem no Brasil, nem na Argentina, nem no Equador, nem na Venezuela, nem na Bolívia. Pelos meios de comunicação disseminam ódio, mediante campanhas de desqualificação pessoal dos seus dirigentes, na impossibilidade de discutir alternativas e comparar governos. A direita atual tem como característica nova o ódio, a agressividade, a discriminação aberta, as manifestações de rua em que exibem lemas de ofensas abertas aos dirigentes políticos da esquerda. São amplos setores da classe média desesperados porque passaram a perder eleições. A democracia era boa quando a direita ganhava. Quando passou a perder, começou a apelar para a violência, verbal e física. Hoje estão dispostas a lançar-se a um novo golpe, que pode assumir a forma do impeachment ou de alguma forma de parlamentarismo que, na prática, tire o poder da Dilma. Perguntados sobre o que querem, qual a via de solução para os problemas do país, só sabem responder: um país sem o PT. Não podem especificar as políticas que colocariam em prática caso controlassem de novo o governo, por uma via ou por outra, porque são as velhas e derrotadas fórmulas do neoliberalismo.


Texto completo em: 

http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/116/a-onda-conservadora-de-trump-e-de-moro-6311.html

Por que votar em Bolsonaro?

Este vídeo mostra as razões para se votar em Jair Bolsonaro, numa visão norte-americana do deputado carioca. São impressionantes as motivações para esse voto...




Direto do Facebook

E os aposentados que se danem

Eu pensava em titular este texto com a frase terminando em "f....", mas em respeito aos leitores preferi usar coisa mais branda, mas a verdade é que os aposentados e quem ganha salário mínimo são os que vão pagar a conta do provável futuro governo de Michel Golpista Temer. 

E o que se pode ver em charge que ilustra publicação do Fernando Brito no "Tijolaço" reproduzindo em charge o texto do Programa "Ponte para o Futuro" que Temer e seu PMDB preparam para aplicar no governo. 

Vai ter muita gente que vai se arrepender de ter apoiado a retirada de Dilma do governo. 


danent 















O texto é o seguinte: 

Arrochar os pobres. A única coisa em que Temer é sincero


Meu colega Fernando Molica mostra-se espantado, no Facebook, com a quantidade de pessoas que se assustam com a notícia de que Temer vai reduzir o reajuste do salário mínimo e desvincular dele – para baixo, é óbvio – os proventos de aposentadoria, como publicou hoje o jornal O Dia:

A equipe que prepara medidas para um eventual governo de Michel Temer estudaproposta para desvincular benefícios — incluindo os da Previdência — dos reajustes concedidos ao salário mínimo. Hoje, a maior parte das aposentadorias tem o aumento vinculado ao do mínimo. A ideia é reduzir as despesas com esses pagamentos e evitar a elevação de impostos. Os conselheiros de Temer reconhecem que a medida é impopular, porém necessária, e afirmam que o melhor momento para executá-la é no início da gestão, quando o apoio ao governo tende a ser maior. Outro projeto estudado é eliminar as vinculações constitucionais, como gastos obrigatórios com saúde e educação, que engessam o Orçamento federal.

É que, neste caso, embora esteja sendo desumano, perverso, insensível, cruel e sádico com os mais pobres ee com os mais velhos, Michel Temer está falando o que pensa e quer fazer de verdade.  É um momento de rasgada sinceridade de alguém que é falso, dissimulado e vil.

“Verba volant, scripta manent”, como diz ele, e está escritinho.

Quem está sendo omissiva e mentirosa é a imprensa que, a fim de que a população só o descubra quando a temerária camarilha já esteja no poder, não dá a este fato o destaque e a explicitude que merece.

Explicitude, porque explícito está no documento que, preparado por Moreira Franco – que nós, aqui no Rio, sabemos bem quem é, tanto que o escorraçamos eleitoralmente – serviu como planfleto para Temer lançar sua “candidatura” ao empresariado e ao capital financeiro.

Literal, na página dez do “convite ao golpe” oficial, publicado em letra de forma:

Outro elemento para o novo orçamento tem que ser o fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais. A cada ano o Congresso, na votação do orçamento, decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos. A indexação dos gastos públicos agrava o ajuste em caso de alta inflação. Nunca devemos perder de vista que a maioria da sociedade não tem suas rendas indexadas, dependendo sempre do nível de atividade econômica para preservar seu poder de consumo. A indexação das rendas pagas pelo Estado realiza uma injusta transferência de renda, na maioria das vezes prejudicando as camadas mais pobres da sociedade. Quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a eles um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. 

Está claro? Aumentar salário-mínimo e aposentadoria é uma distorção.

Mais: ganhar menos e trabalhar mais. Está na página 14, sobre a aposentadoria:  “é preciso introduzir, mesmo que progressivamente, uma idade mínima que não seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previsão de nova escalada futura dependendo dos dados demográficos.”

E não pense que os serviços públicos vão suprir, ao menos em saúde e educação, as perdas de renda dos mais pobres. Porque das patas destes animais sai um promessa que vai contra tudo o que a sociedade brasileira deseja: mais verbas para escolas e hospitais. De novo, é literal, na página 9:

“(…)é necessário em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação, em razão do receio de que o Executivo pudesse contingenciar, ou mesmo cortar esses gastos em caso de necessidade(…)”

Ora, se fosse para dar mais não seria necessário acabar com o mínimo obrigatório, é óbvio. Até a D. Marcela entende isso.

Agora você imagine Temer candidato a Presidente dizendo na TV que ia reduzir o reajuste do mínimo, deixar se desvalorizarem (mais) as aposentadorias, obrigas as pessoas a trabalhar mais tempo e cortar o dinheiro das escolas e hospitais. Nem os 2% do Datafolha um candidato cruel destes teria…

Mas não é preciso tanto. Cinco ou seis dias de manchetes nos jornais sobre isso já o fariam subir a rampa debaixo de tomates e ovos podres.

E porque não as temos?

O tema não merece?

É porque não temos imprensa, temos um partido único nos jornais e na TV.

E um partido, como Temer, inveteradamente golpista.








Marta, a velha...


 

Num momento em que todos discutimos legitimidade no Congresso Nacional vem à tona os questionamentos sobre a representatividade dos deputados e senadores e a representação que este exercem em seus mandatos. Diante dos justificativas da lamentável votação do impeachment dia 17 de abril, com seus votos "por minha neta que vai nascer", "pelo coronel Ustra", "pelo meu suplente", "pela minha avó" e coisas tais fica a pergunta: o voto é de representação do eleitor ou pertence ao político eleito? 

Nesse raciocínio, vem a público um texto excelente de autoria de Carlos Souza, publicado pelo Jornal GGN no Luís Nassif Online. Ele fala de Marta Suplicy a senadora que deixou o PT em meio a profunda mágoa por não ter sido ela a escolhida por Lula para sucedê-lo e um ódio aberto a Dilma Rousseff por esta ter sido eleita. 




charge de Lézio Júnior


Este é o texto: 


A Marta é velha

Por Carlos Souza

Semana passada, em pequeno artigo aqui publicado, premonitoriamente afirmei que Marta Suplicy quando chamada a votar não decepcionaria ao Cunha, ao Bolsonaro, ao Temer e aos golpistas em geral e certamente se posicionaria a favor do golpe.

Essa semana o GGN perguntou aos 81 senadores como votariam a questão do impeachment e Marta, como previsto, não decepcionou aos seus aliados golpistas.

O título acima, obviamente, não se refere à idade cronólogica de Marta. A senadora tem, e aparenta, mais de 70 anos, mas ninguém é velho por causa disso. Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa e tantos outros, só para ficar no exemplo de pessoas muito conhecidas, também já viveram sete décadas ou mais, e nem por isso envelheceram.

Quando afirmo que Marta é velha, me refiro à tudo que ela hoje representa. Marta é velha por estar ao lado do que há de pior na velhaca política nacional.
Marta é velha por trair ao PT que sempre a prestigiou e sem o qual ela jamais se destacaria na política.

Marta é velha por trair seus eleitores (sinto muito Fernando Morais) que pensavam votar em alguém dígno e progressista.

Marta é velha por estar do mesmo lado de Bolsonaro que apoia a volta da ditadura e defende os torturadores.

Marta é velha por estar do mesmo lado desse e de tantos outros políticos que não respeitam as mulheres e nem querem permitir a elas avanços ou conquistas.

Marta é velha por estar do lado da bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia) que é contra o aborto e a liberdade sexual, a favor do preconceito e contra os homosexuais.

Marta é velha por que trai de forma despudorada, seus próprios declarados ideais.

Marta é velha por por praticar o que há de mais velho na política, que é a infidelidade e a traição.

Marta é velha pela traição à Presidente Dilma. Foi ministra prestigiada desse governo que agora ela acusa de ter praticado crimes de responsabilidade.

Marta é velha por apoiar esse futuro governo que antes de assumir já demosntra que virá para acabar com as poucas conquistas obtidas em anos recentes.

Marta vai estar do lado daqueles que acabarão com o Bolsa Família, com o Mais Médicos, com o ProUni, com o FIES, com o Minha Casa Minha Vida e com os reajustes do salário mínimo.

Como escrevi semana passada, Marta que sempre posou de moderninha e a favor da emancipação feminina, vai votar a favor do golpe, para tirar o mandato da primeira mulher eleita presidente no Brasil. Não sei do que posará e que aparência terá daqui prá fente.

Aspectos estéticos, que são relativos e pessoais, não tem nada a ver com política. O excesso de botox pode deformar e tirar a naturalidade de um rosto, mas ainda assim não influi na honestidade e na honra de uma pessoa. Ninguém vira canalha ou fica velho pelo excesso de botox.

Mas Marta pratica a velha política, e por isso Marta é Velha.

Em nome do povo. Que povo, cara-pálida???


No momento em que se discute a "saída parlamentarista" para justificar o golpe, ou seja, a condenação política de Dilma com esquecimento dos tais "crimes de responsabilidade" vale a pena lembrar a representatividade do Congresso Nacional, especialmente da Câmara dos Deputados. 
Existe alguma? 

Diz o Portal Diário do Centro do Mundo" em matéria sob o título "A ´ficha suja`  dos senadores é garantia no show do golpe"



Dos 511 deputados presentes na votação que deu andamento ao pedido de impeachment de Dilma Rousseff, apenas 34 estavam lá pelas próprias pernas. Melhor dizendo, pelos próprios votos. Todos os demais (inacreditáveis 477), não tiveram votos suficientes para se elegerem. Chegaram lá a reboque graças ao quociente eleitoral.
Explicando rapidamente o quociente eleitoral: imagine que um estado tenha dois milhões de votos válidos e vinte vagas na Câmara. Dividindo um pelo outro, seu quociente eleitoral será de 100 mil, que é o número de votos que cada partido ou coligação precisaria para eleger um deputado. Continuemos no campo da suposição e digamos que um deputado obteve 400 mil votos. Ele levará consigo outros três deputados de seu partido que não tinham alcançado a quantidade mínima.
Daí o espanto da nação ao ver seus ‘representantes’ naquele show de horrores. Eles não representavam ninguém. Imagine uma festa na qual você convida 34 amigos e, cada um, leva outros 14 agregados. Foi essa festa estranha de gente esquisita que derrotou Dilma no último dia 17.

Já no Senado federal a coisa vai mais longe, pois 17 dos 21 membros da tal Comissão do Impeachment respondem ou responderam a algum processo, entre eles Zezé Perrella, aquele do helicóptero do pó e até o tão "legalista" ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, cassado em pleno mandato por corrupção eleitoral. 
Não dá para acreditar nesse Congresso, não é?  

Veja quem se elegeu ou reelegeu com os próprios votos (pelo partido em que estava em 2014) segundo matéria do UOL Folha de S. Paulo:
Deputado
Partido *
UF
Votação
Arthur Bisneto
PSDB
AM
250.896
Lucio Vieira Lima
PMDB
BA
222.164
Genecias Noronha
SD
CE
221.567
José Guimarães
PT
CE
209.032
Moroni Torgan
DEM
CE
277.774
Daniel Vilela
PMDB
GO
179.214
Delegado Waldir
PSDB
GO
274.625
Gabriel Guimarães
PT
MG
200.014
Odair Cunha
PT
MG
201.782
Misael Varella
DEM
MG
258.393
Rodrigo de Castro
PSDB
MG
292.848
Reginaldo Lopes
PT
MG
310.226
Zeca do PT
PT
MS
160.556
Delegado Eder Mauro
PSD
PA
265.983
Pedro Cunha Lima
PSDB
PB
179.886
Veneziano
PMDB
PB
177.680
Aguinaldo Ribeiro
PP
PB
161.999
Eduardo da Fonte
PP
PE
283.567
Pastor Eurico
PSB
PE
233.762
Jarbas Vasconcelos
PMDB
PE
227.470
Christiane Yared
PTN
PR
200.144
Jair Bolsonaro
PP
RJ
464.572
Eduardo Cunha
PMDB
RJ
232.708
Chico Alencar
PSol
RJ
195.964
Leonardo Picciani
PMDB
RJ
180.741
Shéridan
PSDB
RR
35.555
Esperidião Amim
PP
SC
229.668
João Rodrigues
PSD
SC
221.409
Adelson Barreto
PTB
SE
131.236
Celso Russomano
PRB
SP
1.524.361
Tiririca
PR
SP
1.016.796
Pastor Marco Feliciano
PSC
SP
398.087
Bruno Covas
PSDB
SP
352.708
Rodrigo Garcia
DEM
SP
336.151
* Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Felipe Carreras (PSB-PE) também superaram o quociente eleitoral. Os dois estão licenciados do mandato.