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quarta-feira, 30 de abril de 2014

A charge...

Hoje é do Aroeira... 



Veio lá do Facebook...

E o CQC se ferrou...

Apesar das piadinhas sem nexo e sem rumo, o CQC foi a Salamanca, na Espanha e, tentando ridicularizar o recebimento d0 27º título de Doutor Honoris Causa dado ao Presidente Lula, acabou por gravar uma série de elogios ao líder brasileiro partidos de senhoras espanholas que assistiam à cerimônia. Vale a pena ver essa tentativa frustrada dos coxinhas brasileiros...

http://entretenimento.band.uol.com.br/cqc/videos/15013865/cqc-vai-a-europa-para-a-formatura-de-lula.html



No site da Band - não sei se isso é nome de TV ou algum adjetivo qualificativo - não há tecla para partilhar essa coisas..

O grito...







Acusado por uma deputada cadeirante dos tucanos - a quem a imobilidade deve trazer inveja dos que ainda tem pernas - e um ex-comunista que reza pela cartilha daquel´outro que virou assessor da Sabesp paulista em Pernambuco, o tal de Freire, Zé Dirceu recebe manifestações de apoio quando o acusam de ter privilégios, além do mais gritante de cumprir regime fechado quando condenado ao regime aberto. 

Hoje, no Luís Nassif Online tem um texto que é um verdadeiro grito contra tudo isso... 







Duas hora de sol - Um privilégio!!!

Por Sergio Medeiros R
 Duas horas ao sol ... um privilégio...
Uma cela de 22 metros quadrados, incluídos beliches e banheiro.
Uma televisão, um micro-ondas, um ventilador.
Um senhor idoso, 67 anos,
Um condenado  ao qual proibiram se manifestar
Um condenado ao qual proibiram ler
Um condenado que conta as horas de sol diárias
Um condenado que tem mais de cem dias de solidão e miséria
Um condenado ao qual sistematicamente é negado seu direito a sair do presidio para trabalhar
Um condenado com direito ao regime semi-aberto trancafiado dia após dia inapelavelmente
Um condenado ao qual é subtraída até mesmo a miséria das condições de sua cela
Um condenado ao qual foram imputados diversos crimes – sem provas
Um condenado ao qual mesmo na cela...lhe são imputados crimes – igualmente sem provas
Um condenado ao qual lhe imputam mais um crime...
O de obter de forma ilegítima, todos os privilégios acima relacionados, e outros...
Um condenado...cujas condições de encarceramento
Demonstra a falta de humanidade de muitos...
Demonstra  a face escancarada da mentira dos noticiosos...
Demonstra o caráter dos carcereiros (não dos meros executores)...
E, de igual sorte,  desnuda de forma clara...
O caráter de pessoas...componentes de uma comissão de Direitos Humanos...
Aonde três veem um homem preso a uma cela minúscula...sem direito ao sol.. ao trabalho...à leitura..
Sem direito a vida...
E outros... olham toda esta negação ao humano...e, despudoradamente...desumanamente...
Acusam... de dedo em riste...sua situação de privilégio...
....
Tais atos...  tem o condão de mostrar a verdadeira face  das pessoas... de todas as pessoas...
...e nestes momentos...
...basta ter apenas um pouco de boa vontade e,
...se olharmos atentamente
...a verdade surgirá cristalina a nossa frente...
...prossigam..   este pode ser o ponto de mutação...

Coitado do Chacrinha...

O Paulo Moreira Leite em seu Blog na IstoÉ também tem bom texto a criticar o Quinzinho e nesse texto lembra o Chacrinha, bem menos histriônico e arrogante que o nosso ditador de plantão no Supremo... 


Vamos a ele: 



Paulo Moreira Leite Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

LULA, JOAQUIM E CHACRINHA

Joaquim Barbosa reclama de Lula mas já definiu STF como "maioria de circunstância" com "argumentos pífios"

 A irritação do STF com as declarações de Lula sobre a AP 470 é compreensível. Ninguém gosta de ser criticado, muito menos por um político – o mais popular do país -- que falou palavras claras e duras sobre o julgamento.
Palavras que devem ser compreendidas como uma opinião política, direito fundamental assegurado pela Constituição.
Imaginar que uma decisão do STF não pode ser criticada e deve ser sacralizada contraria o comportamento do próprio tribunal, a começar pelo presidente do STF.
Não custa lembrar.
No fim de fevereiro, quando o STF  absolveu os réus pelo crime de formação de quadrilha, Joaquim Barbosa julgou-se no direito de fazer  um pronunciamento, em pleno tribunal, onde empregou termos muito mais graves – alguns podem até ser considerados ofensivos – para se referir a decisão do plenário.
 Ele definiu os juízes que tomaram a decisão como “maioria de circunstância”. 
 Falta de respeito?
Joaquim classificou os próprios embargos que permitiram a revisão -- aprovados com apoio do decano Celso de Mello -- como um “recurso à margem da lei.”
Disse que os ministros empregaram "argumentos pífios". 
 Acusou os colegas de serem tomados por uma  “sanha reformadora”. Sabe o que é sanha? “Rancor, desejo de vingança”, diz o Houaiss.
 Joaquim não dava uma entrevista nem respondia a pergunta de jornalistas. Definiu sua fala como um “alerta a nação.” 
 Usou termos rudes para se referir a um trabalho tão legítimo  como o dele.
 A menos que queria instituir um regime político no qual a judicializaçao inclui o direito de censura a uns e a liberdade a outros, a única reação coerente é aceitar que juízes, políticos, jornalistas, trabalhadores e 200 milhões de brasileiros  possam dar sua opinião.
 O resto é puxa-saquismo e submissão, incompatíveis com a democracia. 
 É por isso que Eduardo Campos e Aécio Neves cometeram um erro feio quando saíram em publico para criticar Lula, mesmo de forma velada. Nem vamos falar que é uma postura inteiresseira, de quem quer ajuda de Joaquim para ganhar Ibope junto a determinados eleitores e fazer pinta de amigo da ordem. Não vamos ser deselegantes.
Nem vamos dizer que é uma forma de gentileza por parte de quem teve aliados -- como o ex-ministro tucano Pirmenta da Veiga -- que receberam dinheiro de Marcos Valério e ficaram de fora da AP 470. Pimenta, como se sabe, embolsou 300 000 reais -- e isso a Polícia Federal apontou logo no começo da investigação. O que aconteceu? Nada lhe aconteceu durante anos. Mais tarde, entrou no mensalão mineiro, tardiamente, de fininho...candidato certo a prescrição por idade. E claro, com direito a duplo grau de jurisdição, se for necessário. 
Não é disso que estou falando. Vamos a substância.
Para quem afirma que as decisões do Supremo não podem ser discutidas, devem ser 100% cumpridas, eu pergunto: se pensam mesmo assim, quando é que eles vão pedir ao Supremo que cumpra a decisão que garantiu a José Dirceu o direito ao regime semi aberto? Tá demorando, vamos combinar.
A coragem para criticar Lula não é mesma para cobrar Joaquim? 
Olha só: Dirceu nunca recebeu uma sentença que, transitada em julgado, o impedisse de sair do presídio para trabalhar. Nunca. Ou seja: nunca recebeu regime fechado como pena.  No entanto, está lá, trancafiado na Papuda, desde 15 de novembro de 2013. 
Já deu para perceber quem está “discutindo” a decisão do Supremo. Quem está "questionando", não apenas com palavras, mas atos. Imagine quem está descumprindo, Eduardo Campos.
Lula? Eu?
Ou o próprio presidente, inconformado com a derrota do rancor da maioria de circunstancia que aplicou um recurso a margem da lei.
Há outro aspecto. Um tribunal que não gosta de ver suas sentenças debatidas deveria ter outro comportamento. Deveria ser mais discreto, mais circunspecto e reservado. Repito que as decisões do STF e de qualquer outra corte podem e devem ser debatidas. Sem isso, a Justiça não avança. Se a população americana jamais discutisse decisões sobre o aborto ele jamais teria sido legalizado, certo?
O problema é outro, também. Nosso Supremo decidiu ser pop. 
Nosso STF faz questão de televisionar os julgamentos ao vivo. Os juízes foram vistos, na AP 470, fazendo até piadinhas e comentários irônicos sobre os petistas. Pudemos assistir, várias vezes, o mesmo Joaquim Barbosa tendo modos grosseiros e furiosos contra seus colegas.  E assim por diante.
Não adianta negar. 
Não saíram máscaras de carnaval de Joaquim? Não teve gente que se achou no direito de chamar Ricardo Lewandovski de Livrandovwski? Ele não foi tratado com grosseria quando foi votar?
E então?
Estamos no mundo pop, gente. Pode ser vulgar, grosseiro, interesseiro, comercial. 
Se queria ser tratado com a reverência de uma Suprema Corte americana, por exemplo, o STF deveria comportar-se de outra maneira, estabelecer outros códigos.
Jamais poderia tentar proibir o cidadão comum de comentar, criticar ou elogiar suas decisões. Isso, repito até cansar, Voltaire, é direito democrático.
Imagine: em 1964 o STF disse que a presidência estava vaga, dando base legal ao golpe. Não era correto dar opinião?
Imagine se todo mundo, agora, tivesse de concordar com a absolvição total de Fernando Collor e achar que não há nada de errado com a condenação completa do PT de Lula? 
O STF em sua fase atual poderia aprender uma nova versão da lição do velho Abelardo Chacrinha, o patrono da moderna comunicação brasileira. 
Chacrinha dizia que quem não comunica se estrumbica. Faltou entender a segunda lição; quem comunica também se estrumbica – quando passa a mensagem errada. 

Ao incapaz, sua incapacidade...

A "Agência Carta Capital" publica texto de Antônio Lassance, cientista político, que mostra o quanto Joaquim Barbosa, o capitão-do-mato que se arvora em dono e senhor da democracia brasileira, é incapaz para entender a própria democracia em uma corte de fundo e origem essencialmente política, como o é este nosso hoje lamentável Supremo Tribunal Federal...

Nota de Joaquim Barbosa revela que ele não sabe de nada

Uma autoridade do Estado que se utiliza do cargo para conclamar o repúdio a pessoas e a opiniões mostra que não sabe o que é ser um democrata.


Antonio Lassance

Arquivo

Irritado com as declarações do ex-presidente Lula à Rádio e Televisão Portuguesa (RTP), contrárias à condução do processo do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, soltou uma nota em defesa do processo e externando sua visão sobre o STF.

Nela, afirma que Lula tem “dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome” e arremata dizendo que o STF é um "pilar essencial da democracia brasileira".

Barbosa avalia que a declaração de Lula "é um fato grave que merece o mais veemente repúdio", e que emite um sinal ruim ao "cidadão comum".

"Cidadão comum", como sabemos, é uma daquelas expressões orwellianas, usadas por quem acha que todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Há cidadãos e "cidadãos comuns".

Na condição de "cidadão comum", creio que o fato mais grave e que merece repúdio é alguém que se diz parte de um "pilar da democracia" não admitir o direito de quem quer que seja de criticar o STF, assim como podemos hoje criticar qualquer governo e o Congresso. São todos órgãos do Estado, fundados e mantidos pelo cidadão.

O grave é uma autoridade do Estado se utilizar de seu cargo para conclamar, em uma nota assinada enquanto presidente do Supremo Tribunal Federal, o repúdio a pessoas e a opiniões.

Se alguém tem dificuldade para compreender alguma coisa em matéria de democracia, de uma forma que seja "verdadeiramente digna desse nome", esse alguém é o próprio Joaquim Barbosa.

Qualquer aula de introdução à Ciência Política e qualquer cursinho sobre instituições políticas brasileiras mostram que o pilar da democracia é o princípio da soberania popular.

Nossa Suprema Corte não é constituída por esse princípio. Não é sócia fundadora da democracia. É fundada por ela. É ramo, e não raiz.

Barbosa poderia ter dito, por óbvio que seja, que o Judiciário é um pilar da Justiça, da liberdade, dos direitos humanos, inclusive contra os riscos dos governos da maioria.

Barbosa poderia e até deveria ter dito que esse não é um órgão democrático e representativo, pois não é eleito, mas que não deve se envergonhar disso. Trata-se de um órgão meritocrático, e até isso pode ser posto em dúvida. Até que ponto os ministros que vão para o Supremo são, de fato, os melhores? Há controvérsias saudáveis a respeito.

A confusão de Barbosa explica, em grande medida, sua dificuldade de distinguir entre a missão do Judiciário e o serviço do justiceiro.

Tal confusão demonstra de onde vem sua obsessão por invadir o espaço reservado aos demais Poderes. Em seu cálculo, o risco institucional vale menos que uma manchete. Daí o gosto pelos saltos triplos carpados hermenêuticos, como disse um ex-ministro daquele mesmo STF, que também gostava de praticar ginástica institucional.

O raciocínio rasteiro que subjaz à sua baboseira retórica revelou-se, não faz muito tempo, na indecisão de Barbosa quanto a sair ou não candidato. Embora já não possa se candidatar em 2014, até hoje ele continua falando e agindo como candidato, e não como presidente de um Poder da República.

Sua "lição" de estadista contra Lula mostra o quanto Barbosa se desentende com o que é ser um estadista. Nem mesmo seu cargo de presidente do Supremo; nem sua assessoria; nem sua toga esvoaçante foram capazes de encobrir seu despreparo na hora de redigir uma nota em que deva expressar uma correta definição sobre o que é e para que serve o STF.

O Supremo é um um órgão essencial, mas hoje tristemente comandado com mão de ferro - e como se isso fosse uma virtude, e não um veneno - por quem não tem qualquer traço de estadista, muito menos de democrata.


(*) Antonio Lassance é cientista político.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Só eu sou o bom...

Aproveitando ilustração de matéria do Fernando Brito, no seu "Tijolaço" sobre a desonestidade intelectual do "imoral" Nerval Pereira que comenta, sob a ótica de uma distorcida psicologia, um episódio de labirintite sofrido pelo Presidente Lula, vamos àquilo que o sabido homem da roça aqui do interior das Geraes, habitualmente considera "quem desdenha, quer comprar"... 

Nerval Pereira, o "imoral" por crônicas de duvidoso gosto literário, mostra de forma evidente seu despeito por Lula haver recebido título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Salamanca, uma das mais prestigiadas e antigas do mundo. 




Pelo andar da carruagem, Nerval vai acabar tendo uma síncope ou um infarto de tanto ouvir loas ao Lula, afinal ele Nerval é o único certo, o resto, "são umas bestas"...

A todo vapor...

Já tínhamos notícia da máquina de robos montada pelos demotucanos para agir nas redes sociais contra o governo, Lula e Dilma... Agora, o Jornal GGN do Luís Nassif publica uma historinha bem típica dessa máquina já apitando a todo vapor...

Na web, Ed Motta é vítima de montagem contra Lula e o PT



Ed Motta ou Ed Mota? Petista rouxo?

Jornal GGN - O músico Ed Motta usou sua perfil no Facebook para desmentir uma montagem que circula na rede, da qual ele teria “detonado o PT” em entrevista à rádio Jovem Pan. O cantor fez questão de esclarecer que nunca fez os comentários e que nem sequer houve essa entrevista com ele falando de política, porque, segundo ele, o assunto nunca o interessou.

Eu NUNCA fiz esses comentários, não teve entrevista comigo falando de política até porque NUNCA falo sobre isso, NUNCA me interessou.. É ano de eleição, copa etc”. Disse Ed Motta, pelo Facebook.



Fonte: Jornal GGN -  http://jornalggn.com.br/noticia/na-web-ed-motta-e-vitima-de-montagem-contra-lula-e-o-pt#comments

com certeza, foi 100%...

Aqui fica a dúvida: 80 ou 100%???



Vídeos exclusivos de Lula e mais uma bomba contra Joaquim Barbosa!

Em entrevista para uma TV portuguesa, o ex-presidente Lula tratou o tema mensalão ainda com mais desenvoltura do que o fez na entrevista com blogueiros.
É o momento, portanto, de falar um pouco do mensalão. Mas primeiro, vejamos o que disse Lula aos blogueiros. Repare que ao final, ela ironiza a sonegação milionária da Rede Globo, que seria mais de dez vezes superior ao que se supõe ser o mensalão:
E agora, em edição exclusiva no blog do Cafezinho, vejamos o que Lula falou sobre o mesmo tema, na TV portuguesa:
Eu só discordo de uma coisa de Lula. O julgamento do mensalão não foi 80% político. Foi 100% mesmo. E como o ex-presidente está dizendo que essa história ainda será recontada, vamos ajudá-lo a fazer isso, trazendo alguns documentos inéditos na internet.







O blogueiro Alexandre Teixeira, do blog Megacidadania, cavou no site do Ministério Público Federal, um documento de conteúdo explosivo. Teixeira revela que o Ministério Público Federal e, principalmente, o então responsável pelos processos junto ao STF, Joaquim Barbosa, sabiam que o Inquérito 2474 continha documentos essenciais para os réus e a sociedade entenderem o que aconteceu no mensalão.
O documento obtido por Teixeira é um voto do sub-procurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, em relação a um jogo de empurra entre procuradores de Minas e do Distrito Federal. Nenhum deles queria tratar de um processo envolvendo Marcos Valério. Andrada, então, decide que que o processo deveria ficar sob responsabilidade do MP de Minas Gerais. Até aí, nada demais. O negócio é que, ao fazer a análise de seu voto, o procurador federal lista o conteúdo do inquérito 2474 e daí, bum! É a primeira vez em que, em documento oficial, o Ministério Público afirma, com todas as letras, que o inquérito 2474 era uma extensão das investigações sobre o mensalão, desmentindo o que Joaquim Barbosa dirá em plenário, tempos depois, de que este inquérito “não tinha nada a ver” com a Ação Penal 470.
Também é a primeira vez em que, oficialmente, o MP declara que a Polícia Federal descobriu que as empresas de Daniel Dantas irrigaram o valerioduto. E, sobretudo, menciona o Laudo 2828, que é um relatório da Polícia Federal sobre quem eram, no Banco do Brasil, os responsáveis pelo Fundo Visanet. O Laudo 2828 inocenta, por exemplo, o réu Henrique Pizzolato, o que derrubaria o pilar da Ação Penal 470, que seria a presença de um petista (núcleo financeiro) na área de marketing do BB para desviar recursos “públicos” (na verdade não são públicos, mas privados) da Visanet para pagar deputados.

A prova do 2828 no 2474

Os documentos comprovam, portanto, que Joaquim Barbosa sempre soube que os documentos do Inquérito 2474 eram afeitos à Ação Penal 470 e que tinham de ser repassados aos réus desta última, para que estes pudessem se defender. Igualmente, eram documentos importantes para a opinião pública compreender a extensão do processo e provocar um debate político consequente. Joaquim Barbosa sonegou informações fundamentais à sociedade e à defesa. O Laudo 2828, por exemplo, foi escondido dos próprios ministros durante a aceitação da denúncia.
Por que Barbosa escondeu tantos documentos, mantendo-os sob sigilo? Simples, porque eles atrapalhavam o esforço de JB e seus cúmplices no MP e na mídia, para manter de pé a narrativa do mensalão. Se estes documentos tivessem vindo à público antes da aceitação da denúncia, talvez esta nem tivesse sido aceita, e a história teria sido outra. Estaríamos investigando a origem verdadeira dos recursos de Marcos Valério para pagar o caixa 2 de campanhas eleitorais desde os tempos de FHC. Esta origem nunca foi a Visanet, e sim, em sua maioria, contratos de publicidade com empresas controladas por Daniel Dantas.
Esta é uma parte da história do mensalão que ainda precisa ser recontada.
A imagem abaixo é uma parte do documento do MP que desmascara o golpe de Joaquim Barbosa. Confira os trechos sublinhados ou em destaque:


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segunda-feira, 28 de abril de 2014

O PT, os "almoços" e a guerra...

Este texto do Rodrigo Vianna, no "Escrevinhador", é uma alerta muito sério: 


Padilha e o “diálogo” com a imprensa: até onde vão as ilusões petistas?


Esse é o diálogo que a velha mídia gosta de estabelecer com dirigentes do PT: eles entram com a cabeça

por Rodrigo Vianna

O PT deveria ter aprendido – com Lula – que esses almoços com representantes da velha mídia não servem pra nada. O então candidato petista foi à sede da “Folha”, em 2002. Lá pelas tantas, o herdeiro do jornal, Otavinho Frias, fez uma insinuação de que Lula não estaria preparado para ser presidente porque não sabia falar inglês. Lula levantou-se e foi embora. O velho Frias (que emprestava carros para torturadores durante a ditadura, mas não era tolo a ponto de confrontar um futuro presidente) saiu andando atrás do candidato, tentando se desculpar pela arrogância do filho.

Lula jamais se vingou dos Frias. Olhou pra frente. Errou? Teve a chance, também, de enterrar a Globo – endividada em 2003. Não avançou nisso. Aliás, presidente eleito, foi para a bancada do “JN” ao lado de Bonner. Alguém imaginaria Brizola, eleito, na bancada do “JN”? Alguns dirão: por isso que Brizola jamais foi presidente. Talvez, tenham razão…

Mas o PT seguiu apanhando e confraternizando-se com a velha mídia. Dilma foi fazer omelete com Ana Maria Braga em 2011. E disse que a questão da Comunicação no Brasil se resolvia com controle remoto.

Haddad, eleito depois de uma campanha em que meios digitais tiveram papel decisivo na capital paulista, mandou dizer pouco antes da posse que Comunicação era um assunto em que não cabia debate sobre políticas públicas. Pôs no cargo de Secretário um jornalista que imagina resolver todos problemas com telefonemas para as redações da “Folha” e “Estadão”. Haddad chegou a dizer que esperava uma “normalização” das relações com a mídia. Foi cozido e fritado por ela.

Padilha começou sua campanha a governador de São Paulo com caravanas pelo interior – transmitidas pela internet. Boa novidade. Mas também adotou a “tática” (!) dos almoços em jornais, pensando em criar (quem sabe) um clima de camaradagem com personagens do quilate dos Mesquita e dos Frias. Recentemente, ouvi de um alto dirigente do PT (foi conversa em off, não posso por isso revelar detalhes) que o partido não abre mão de “dialogar com todos os setores da imprensa” na campanha para o governo de São Paulo.

Sei… Gostaria de saber o que esse petista graúdo acha do “diálogo” estabelecido entre os jornais e Padilha na última semana. Diálogo bastante interessante.

O ex-ministro foi submetido a uma operação de guerra. A tentativa é de abatê-lo em pleno vôo, antes mesmo da campanha começar. Os aliados midiáticos dos tucanos perceberam a fragilidade de Alckmin num momento em que São Paulo está na iminência de ficar sem água por falta de planejamento dos governos do PSDB. No dia em que Padilha iria pra TV falar da seca, os jornais vieram com o ataque coordenado contra o petista.

As manchetes seriam a sobremesa do almoço recente de Padilha com representantes da família Mesquita?

A “Folha”, em sua edição digital, dava grande destaque neste sábado (26/04) para uma certa “opinião de leitor”, que afirmava: “Descoberta da PF é um tiro mortal na candidatura de Padilha”. Vejam, não se trata de análise. Não há informação. É a opinião de um leitor qualquer – que gera manchete no alto da home. Logo abaixo, outra manchete em que PT “nega que possa trocar de candidato”.

Qual diálogo possível? Pra que almoçar ou conversar com essa gente?

O PT segue a legitimar o inimigo. Sim, é disso que se trata. Jornais como “Folha”/”Estadão”/”O Globo” e revistas como a “Veja” são inimigos. São parte do aparato inimigo. Mas, dia sim, dia não, lá estão corajosos ministros petistas a ocupar páginas amarelas, e a se fartar com espaços concedidos pelo inimigo.
Qual nome dar a isso? Oportunismo? Cegueira? Pragmatismo?

Essa prática serve apenas para legitimar aqueles que são hoje a principal ferramenta do campo adversário. Não há meio termo. Ou não deveria haver. Não há ilusão. Ou não deveria haver.

Padilha reagiu até bem na coletiva da última sexta-feira. Mas o PT segue iludido (ou a palavra seria “rendido”) à lógica do “diálogo” com Globos, Folhas e Vejas.
Na verdade, trata-se – talvez – de um sintoma mais grave de rendição…

O partido tem uma base imensa de militantes, setores organizados e movimentos sociais dispostos a um combate aberto. Mas a direção segue na trajetória idêntica à do PS francês ou do PSOE espanhol. É caminho certo para o desastre.

Lula, com a entrevista aos blogueiros, deu a senha de que há outro caminho. Mas a direção petista (com parcas exceções) parece amortecida, rendida.

O que pode salvar o projeto petista e lulista – que apesar de suas limitações (até porque o PT governa em coalizão, e sempre em minoria no Congresso) significou avanços significativos para o país – são essas bases imensas e dispostas ao combate. Gente que nem é filiada ao PT muitas vezes. Mas sabe de que lado está. Essa gente pode pressionar uma direção que parece cada vez menos disposta ao combate.

Andre Vargas, meus caros, foi secretário de Comunicação do PT. Vejam que tipo de prioridade a direção petista dava ao tema. Vargas tentou enganar os incautos com aquele gesto provocativo à frente de Joaquim Barbosa: punho cerrado. Provocação tola, posto que sem correspondência com ações concretas de enfrentamento. Só enganou quem não conhecia os bastidores em que essa geração de “profissionais” petistas se criou.

O social-doleirismo de Vargas é parte desse mesmo quadro de rendição em que se inscrevem as tentativas de “dialogar” com a velha mídia brasileira.

A eleição de 2014 é uma guerra em que não se pode ter ilusões. O outro lado não quer diálogo. Há uma chance (pequena?) de o PT derrotar os tucanos em Minas e São Paulo, e ainda manter o governo federal com Dilma. Por isso, a guerra é tão feia.

Se adotar a tática do “diálogo” com a mídia e os piores inimigos, o PT – em vez de um passo à frente, com vitórias em Estados importantes – pode colher uma derrota definitiva. Os números a apontar liderança folgada de Dilma podem trazer ilusão de uma eleição fácil. Não! Até porque se trava no Brasil apenas parte da guerra – muito maior – pelo futuro do ciclo de governos progressistas na América do Sul.

A velha mídia é sócia dos tucanos num projeto político conservador. O PT – apesar de suas fragilidades e inconsistências crescentes – é a ferramenta disponível para os que lutam por barrar a direita e por aprofundar as reformas sociais no Brasil.

A guerra será aberta e total. Sem ilusões. Sem “diálogo”. Se insistir nos “almoços”, o PT pode virar a sobremesa. Com as cabeças de Dilma/Lula/Padilha/Dirceu e de toda a esquerda servidas na bandeja, e expostas nas manchetes dos jornais e telejornais inimigos nos dias e meses seguintes à eleição.  

Pra não deixar dúvidas...

Esse texto do DiviNews.com é auto-explicativo:


Armínio Fraga, de Aécio Neves, diz que salário mínimo cresceu demais e defende medidas impopulares

DiviNews

Esse filme de super heroi e salvador da Pátria já foi visto no Brasil e não acabou bem!













O economista Armínio Fraga que está cotado para ser ministro da Fazenda, se Aécio Neves ganhar a Presidência da República, teria, segundo uma matéria publicada no site 247, além de ter dito que o salário mínimo cresceu demais nos últimos anos, defendeu ainda que o tucano mineiro logo de cara, no primeiro dia de mandato, tome “medida impopulares” – Será que tais medidas seriam tão impopulares como o confisco da poupança de milhares de brasileiros que o ex-presidente Fernando Collor de Melo fez quando assumiu o poder como o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto, após o término da ditadura militar. Sendo eleito com o bordão de “caçador de marajás” e salvador da pátria?

Armínio defende Aécio e "medidas impopulares"



Cotado para ser ministro da Fazenda num eventual governo Aécio Neves, o economista Armínio Fraga defendeu a proposta colocada pelo presidenciável tucano de adotar rapidamente, ainda no primeiro dia de mandato, o que chamou de "medidas impopulares"; "o custo de tomar as medidas porventura impopulares é muito menor do que o de não tomar", disse Armínio; "as pessoas têm de cair na real"; numa longa entrevista, ele defendeu um teto para o gasto público, a autonomia do Banco Central, mais privatizações e disse ainda que o salário mínimo cresceu demais nos últimos anos, acima da produtividadeCotado para ser ministro da Fazenda num eventual governo Aécio Neves, o economista Armínio Fraga defendeu a proposta colocada pelo presidenciável tucano de adotar rapidamente, ainda no primeiro dia de mandato, o que chamou de "medidas impopulares"; "o custo de tomar as medidas porventura impopulares é muito menor do que o de não tomar", disse Armínio; "as pessoas têm de cair na real"; numa longa entrevista, ele defendeu um teto para o gasto público, a autonomia do Banco Central, mais privatizações e disse ainda que o salário mínimo cresceu demais nos últimos anos, acima da produtividade

247 - Desde que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu, num encontro com empresários, a adoção de medidas impopulares, talvez já no primeiro dia de mandato, esse debate começou a crescer. A senadora Gleisi Hoffmann, por exemplo, cobrou dos oposicionistas que explicitem que medidas seriam essas (leia mais aqui). Neste domingo, em entrevista aos jornalistas Ricardo Grinbaum e Alexa Salomão, do Estado de S. Paulo (leia aqui a íntegra), o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, avançou no tema. "O custo de tomar as medidas porventura impopulares é muito menor do que o de não tomar", afirmou. "As pessoas têm de cair na real".

Armínio, que deve ser anunciado por Aécio como seu ministro da Fazenda, caso seja vitorioso nas eleições de outubro, tocou em vários pontos que, aos olhos de muitos, seriam impopulares. Eis alguns deles.

Salário mínimo
"É outro tema que precisa ser discutido. O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma questão de fazer conta. Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho."

Gasto público
"O Brasil precisa, urgentemente, pensar numa reforma tributária que simplifique o sistema. Isso envolveria, essencialmente num primeiro momento, todo o aparato de tributação indireta. ICMS. IPI. Organizar e simplificar seria muito bom. Cabe mencionar que, ao meu ver, o crescimento da carga tributária precisa ser limitado. Para isso, volto um pouquinho ao lado macro - o Brasil precisa também adotar um limite para relação gasto público e PIB."

Privatizações
"Mas penso que todos os [setores] da infraestrutura se oferecem bem para esse caminho - o que o governo chama de concessões. É a mesma coisa. Eu não tenho medo de usar a palavra que acho correta. Mas praticamente todos da infraestrutura cabem em regimes de concessão, em parcerias público privadas, sem perda de controle do regramento que cabe ao Estado em vários desse setores."
Bancos públicos

"Mas o BNDES vem se agigantando, fazendo empréstimos a taxas muito baixas, sem, ao meu ver, uma análise do impacto social desses programas, até para que se possa decidir se vale a pena continuar ou não. Carece de transparência. Minha impressão é que vai ser preciso fazer essa análise - e o papel do BNDES, a médio prazo, será menor."

Autonomia do Banco Central
"Eu gosto de usar a nomenclatura "autonomia operacional". Ou seja: a definição das metas ficaria com o governo e, claro, deveriam ser metas de longo prazo para não ficarem expostas aos ventos do círculo político. Mas o governo preservaria esse direito. Isso significa ter mandatos para os dirigentes do Banco Central. Claro que se houvesse problemas na atuação, se não estiverem cumprindo os seus objetivos, o governo, no limite, poderia pedir ao Senado a remoção de quem for, inclusive do presidente. Esse é um sistema bem testado e requer um Banco Central transparente."

Política externa
"Toda a política externa do Brasil precisa ser repensada. Essa estranha predileção por parcerias e aproximações com regimes autoritários, como Cuba e outros exóticos, não tem trazido nenhum benefício ao Brasil. Não quero dizer que o Brasil não precisa ter um diálogo com todo mundo, com a Venezuela, por exemplo. Mas o Brasil precisa se engatar nas grandes locomotivas mundiais."


De urubus, pessimismo e vira-latas...

Excelente texto postado lá no Portal do Luís Nassif:

Cidadania

Sobre o nosso pessimismo e o complexo de vira-lata

Por Osvaldo Pereira


Porque eu espero que o Brasil jamais copie modelo algum mundo afora, ou de como nenhum país entre os graúdos ou grandes pode ser modelo para nós. E não venham falar de Chile, Colômbia ou México, sem paralelos com a dimensão ou importância econômica e política do Brasil.

O Brasil tem sido achincalhado, maltratado, menosprezado, vulgarizado, simplificado, desmemorializado e apequenado com intensa e inaudita persistência desde as tais “jornadas” de junho de 2013. 

Este fenômeno intenso de disseminação de algo que não existia com tamanha proporção nesses trópicos, quero dizer, o baixo astral, o pessimismo e ouso dizer, a viralatice escancarada, antes intramuros, tem recebido a colaboração absolutamente inequívoca de algo que muito apropriadamente o ilustríssimo jornalista Luis Nassif denominou recentemente de midiatite.

Talvez jamais tenhamos passado por um movimento deste calibre em nossa história recente. Em junho de 2013 na sequência das depredações criminosas de símbolos do que temos de melhor (dentre eles edifícios públicos centenários e outros recentes, mas igualmente simbólicos, como o Itamaraty em Brasília, máquinas de serviços bancários automatizados – setor altamente modernizado e eficiente se comparado a qualquer outro país), até a FIFA, organização internacional manchada por escândalos, falcatruas e esquemas mafiosos passou a ser parâmetro para nossas escolas e hospitais! 

A amnésia generalizada que tomou conta do país também esqueceu que hospitais públicos brasileiros são referências mundiais do que há de mais moderno em pesquisas na área de saúde e medicina, a ponto de São Paulo, o maior polo desses serviços públicos de altíssimo nível, ter intenso turismo de saúde, principalmente de cidadãos de nossos vizinhos de toda a América Latina. Sinceramente eu não desejo para o Brasil escola alguma padrão FIFA e muito menos hospitais padrão FIFA, onde a “bola” (o verdadeiro padrão FIFA), poderia resultar na escolha de quem deve viver ou morrer. 

Nesta onda de pessimismo desencadeada de forma artificial (a mencionada midiatite), a despeito dos números muito positivos que encontrará qualquer análise sensata e científica da evolução do país em indicadores socioeconômicos de livre escolha do freguês dos últimos 10, 20 ou 30 anos, parece que estamos nos tornando cada vez mais céticos, amargurados e descrentes de nossas próprias forças e virtudes e cinzentos naquele sentido europeu da palavra e mais, sem que nenhuma catástrofe do porte de uma grande destruição humana e material, como uma guerra ou uma desintegração real da nossa percepção de civilização, de pertencimento a um lugar “abençoado por Deus” esteja realmente ocorrendo.

Sem dúvida este fenômeno que nos abate é incrivelmente interessante. O que não é nada interessante, do ponto de vista das suas repercussões no mundo real, quero dizer, da produção das coisas e das ideias, são as repercussões deste momento para o futuro, quais sejam, sobre as decisões de investimentos e consumo dos agentes produtivos (Estado, famílias e empresas) e sobre a produção do conhecimento em todas as áreas com repercussões para o futuro.
Este clima que espero seja passageiro e que ignora que criamos uma civilização inovadora, virtuosa, riquíssima em soluções para tudo, conflituosa porém democrática (após duas décadas de uma ditadura militar subserviente aos interesses internacionais, violentíssima e que ceifou novas ideias que poderiam dar sua contribuição para um projeto de nação e de poder mundial diferenciado e original já nos anos 60), violenta pelas desigualdades sociais conservadas por 500 anos e que começamos a desmontar há pouco tempo, tem feito muito mal ao Brasil nesta quadratura de crise global internacional em que deveríamos pensar em ser nós mesmos, em persistir em nossa criatividade e em nossa marca que tem sido a busca incessante de caminhos alternativos. Tanto é assim que novamente setores importantes do país voltam a flertar com o modelo golpeado de morte em 2008 e que levou à maior crise do sistema capitalista desde 1929. 

Ora, é mais do que necessário livrarmo-nos desta urucubaca, deste manto cinza, deste inverno sem luz que setores absolutamente minoritários em nossa democracia querem nos impingir, como se nosso verão, outono, inverno e primavera fossem sem cores. Isso decididamente não é o Brasil. Como nosso mestre de reflexões Darcy Ribeiro trombeteou em seus anos finais entre nós, somos e devemos nos comportar como uma CIVILIZAÇÂO, uma criação absolutamente original e que por sua originalidade deve ser nosso orgulho e esta ideia nada tem a ver com qualquer nacionalismo barato nem com o patriotismo vulgar dos anos de chumbo exaltados à época pelos mesmos setores que hoje querem que sejamos alemães, estadunidenses, australianos ou ingleses, envergonhados de nosso legado multicultural.

Jamais o Brasil será uma Alemanha. O racionalismo alemão e o seu desejo de unificação diante de uma fragmentação feudal não fazem parte da nossa história. O desejo nacional alemão ainda hoje persistente de controlar povos e territórios além das suas fronteiras e levar a eles sua “ratio” não existe aqui. O Brasil é um continente que se basta. Não temos que provar a ninguém nossa eficiência e racionalidade para dominar quem quer que seja. Também jamais seremos os Estados Unidos com sua “aparente” eficiência acobertada por uma mídia sobretudo a serviço da guerra. O Rio de Janeiro não foi incendiado pelos portugueses como foi Washington pelos ingleses na guerra de 1812.Os portugueses adoravam este paraíso tropical.

Também jamais seremos os Estados Unidos já que adoramos abraços e visitas sem aviso. Eles não. Damos beijinhos e abraços virtuais ao final de emails e telefonemas eles não. Por mais que eu ache (e muitos estudiosos acham o mesmo) que o país americano mais parecido com o Brasil sejam os EUA, nós não precisamos abdicar da nossa formidável civilização para sermos iguais a este país. E isso não significa de forma alguma ser antiamericano. Um país marcado pelo racismo secular, como os EUA, de certa forma fez o mesmo que nós ao eleger um negro à presidência. Aqui levamos um nordestino migrante que fugiu da fome do nordeste e depois se tornou um operário ao maior posto da República. E isso deveria ser motivo de orgulho para todos os brasileiros, como deveria ser motivo de orgulho para todos os estadunidenses o fenômeno Obama.

Mas , mas óbvio que isso não acontecerá agora nos dois países.. apenas por enquanto. No futuro será motivo de orgulho nos dois países. Lá Obama e cá Lula. A despeito de muitos acharem que o Obama fez uma adesão total ao establishment, diferente do que Lula fez no Brasil, podemos explicar isso em parte às diferenças entre o sistema republicano dos EUA e do Brasil. Aqui presidentes podem mais, lá muito menos. Mas decididamente quem quer aeroportos brasileiros como shoppings, tal qual nos EUA, muito em breve os encontrará em toda a parte. No entanto, isso não modificará milimetricamente nossa cultura e nossa civilização. Nós macunaimicamente fagocitamos tudo o que vem do exterior.

Esta civilização meio anárquica, mística, religiosamente pilantra e escancaradamente evangélica sem a ética protestante de Max Weber, onde pastores e fundadores de capelinhas e seitas se enriquecem e em que padres, bispos e cardeais católicos querem ser todos franciscanos no ascetismo sem abrir mão do prazer, é absolutamente incrível em sua riqueza. 

Não podemos querer ser alemães, nem estadunidenses, nem suecos em sua pretensão de ensinar ao mundo ser cordatos e com regras que façam o sistema funcionar como uma máquina e muito menos espanhóis, gregos ou portugueses em sua submissão absoluta ao mundo das finanças. Muito menos italianos que disfarçam seu terceiro-mundismo dentro da EU com comportamentos piores no trânsito do que em São Paulo e com esquemas mafiosos na política e nos meios de comunicação ainda mais nefastos do que o que temos no Brasil.

Não podemos esquecer que na Itália, Berlusconi seria como Roberto Marinho em vida reinando como  presidente da República, mas com um harem prá prática de sexo que o velho apoiador da ditadura e criador da Globo em nosso país nunca ousaria ter. Somos mais católicos e moralistas que os italianos, kkkkkkk.

Ficaria muito infeliz se meu país resolvesse autorizar a construção de edifícios de 50/60 andares em suas praias mais lindas como vemos na Austrália em seu litoral como pretendem alguns em nossa bela e Santa Catarina. Isso jamais será sinônimo de progresso. Muito ao contrário.

Quero que o Brasil continue anárquico, meio desorganizado e nada opressivo como em suas cidades como as da China,  de Singapura,  do Japão ou da Coréia, todos países que produzem uma arquitetura urbana que esmaga a cidadania. Muito mais, espero que mantenhamos longe de nós o modelo de horários de trens em segundos para demonstrar falsamente uma eficiência germânica, desmontável com uma chuva intensa ou nevasca comum por lá . 

Que nunca se converta o Brasil numa Suíça que recebeu o ouro nazista da pilhagem alemã sobre fortunas e arcadas dentárias de milhões de judeus e ciganos calcinados nos fornos nazistas e que ainda recebe dinheiro sujo do narcotráfico internacional, da corrupção internacional e do terrorismo internacional e que posa de nação civilizada e "neutra" com vaquinhas em montanhas em cumes cobertos de neve. Isso não nos interessa como nação!

Quero que o Brasil continue com suas quintas-feiras, sextas-feiras e sábados fervilhantes de vida jovem em suas ruas por todas as partes e cidades e sem preocupações com o dia seguinte. Nós somos uma civilização única, nos trópicos e vencedora dos desígnios coloniais, orgulho dos nossos irmãos portugueses e africanos de língua portuguesa e dos nossos vizinhos na América do Sul de língua espanhola. Temos a agricultura mais produtiva do mundo, mais terras do que qualquer país do mundo para ampliá-la, mais água e infindáveis recursos energéticos que nos impossibilitam de ter apagões energéticos, como a mídiatite exacerbada quer que acreditemos. No Brasil jamais poderá faltar energia se houver gestão apenas razoável desses recursos. Apenas razoável!

Não podemos jamais como uma civilização, sim, somos uma civilização única no mundo, a civilização brasileira, nos abater ou deixarmo-nos levar por setores que desconhecem nossa história, que desconhecem ou não reconhecem a luta dos negros por sua liberdade, dos indígenas pela sua autonomia e terras, e do povo brasileiro em geral em querer sempre ser mais do que é rumo à felicidade. 

Nós brasileiros não seremos nada se abdicarmos de nossa característica essencial e unificadora nacional que é a nossa crença de que vivemos num país abençoado por Deus (não sou cristão, mas sei muito bem a força desta ideia), de que nada nos abalará e que temos um destino delicioso e brasileiro que nós construiremos, com praia, sol, futebol, cerveja, muito trabalho, mas muito espaço para sermos gentis, altruístas e abertos pro mundo, características muito nossas, motivo do nosso progresso e em falta em muitos países. 

Não precisamos copiar modelo algum. Temos que nos descobrir e mesmo na nossa esculhambação que é o motor da nossa cultura muito nos fortalecemos como espaço de experimentações e de criatividade no rumo de uma civilização da qual devemos nos orgulhar e muito. Chega de ouvir que o Brasil não presta! 

Estamos fartos disso!