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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A entrevista...

Escondida pela grande mídia, como sempre...

Mídia esconde entrevista com Pizzolato

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O jornalista Jamil Chade, do Estadão, fez uma entrevista com Pizzolato. Quer dizer, ao menos é ele que assina a matéria. O texto, contudo, parece escrito por um italiano que ainda não domina o português, de tantos erros de sintaxe, embora nada que comprometa a compreensão. A displicência apenas revela o constrangimento da mídia com as possíveis consequências da soltura de Pizzolato.
E, ironia das ironias, após a mídia gastar sabe-se lá quanto, pagando correspondentes da Itália para acompanhar o caso Pizzolato, e fazendo de tudo para obter entrevistas ou imagens de Andrea Haas, mulher de Pizzolato, quando alguém consegue enfim uma entrevista com o próprio, ela é escamoteada. Não recebe nenhum destaque, nem no próprio Estadão.
Isso porque Pizzolato é a ponta solta que pode fazer ruir a farsa que foi o julgamento do mensalão.
A própria presidenta Dilma agora aprendeu, na própria pele, o que é ser vítima de uma farsa.
Por pouco não perdeu as eleições por causa de uma armação entre mídia e setores corrompidos do próprio Estado.
Houve corrupção na Petrobrás, como infelizmente há em qualquer estatal ou empresa privada, mas as investigações têm de ser conduzidas com isenção, sem acusar ninguém sem provas, e, sobretudo, sem a tentativa vil de manipular depoimentos com objetivos políticos ou eleitoreiros.
Na entrevista, Pizzolato aborda pontos que, se houvesse imprensa de verdade no país, teriam de ser discutidos.
Por exemplo, ele observa que o Banco do Brasil tinha nove sistemas de controle, o que tornava impossível o desvio dos recursos do Fundo Visanet, ou de qualquer recurso do BB, sobretudo a partir de um funcionário subalterno, como ele era. Desviar R$ 74 milhões, então, é uma acusação surreal.
Pizzolato também fala da ocultação de provas. A imprensa brasileira, cúmplice e artífice desse crime, não tem interesse em informar ao público que provas foram essas, quando foram ocultadas e porque foram ocultadas.
Mas o PT e o governo, que foram vítimas de uma farsa cujo objetivo sempre foi o desgaste político, têm obrigação moral de retomar esse processo, sob o risco de outras farsas se repetirem. Como, aliás, já estão tentando fazer.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, quis fugir do confronto com a mídia, mandando cortar cabeças de subordinados, antes mesmo de qualquer provas contra eles, e quase teve a sua própria cabeça cortada.
A mesma coisa vale para a presidente Dilma.
A parte da entrevista que fala em ameaças pode enganar coxinhas. Pizzolato foi “ameaçado” por setores corrompidos e acuados do Estado, como o Ministério Público e o STF, além da mídia.
*
Entrevista: Henrique Pizzolato
Ex-diretor criticou Justiça brasileira e elogiou a da Itália. ‘Ela não se deixa levar pelo o que jornais ou TVs veiculam’
Pizzolato é libertado e critica processo do mensalão: ‘Foi injusto, esconderam provas’
Por Jamil Chade, no Estadão.
28 Outubro 2014 | 17h 36
Bolonha – “Não fugi. Salvei minha vida”. Quem declara isso é Henrique Pizzolato ao deixar a prisão de Modena hoje às 20.30 e insiste que está “com sua consciência tranquila”. Caminhando lentamente e perdido em busca de sua esposa que chegaria instantes depois, ele perambulava pelo estacionamento da prisão Sant Anna de Modena sem destino, enquanto era indagado por jornalistas.
Na tarde de hoje, o Tribunal de Bolonha rejeitou um pedido do governo brasileiro de extraditar Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado a doze anos e sete meses no caso do Mensalão.
Mais gordo, mais envelhecido e carregando três sacolas com seus pertences, ele não economizou ataques ao Brasil e chegou a dizer que “nem sabia” que Dilma Rousseff havia vencido a eleição.
Antes, dentro da corte num púlpito debaixo da frase estampada na parede do tribunal “A Lei é igual para todos”, Pizzolato insistiu que era inocente.
Sua liberação foi comemorada pela família. Quem não escondia sua emoção era João Haas, sogro de Pizzolato. “Henrique chorou copiosamente”, disse Haas, que acompanhou o julgamento ao lado de sua filha Andrea, mulher do ex-diretor.
Ele, porém, fez questão de sair ao ataque contra Dilma. “O PT e a presidente Dilma abandonaram Pizzolato. Espero que agora o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) coloque a mão na consciência.” “Eu estou resgatando minha família, que foi estraçalhada pelo STF, insistiu. Após a decisão, Andrea e Pizzolato se abraçaram.
Ao deixar a prisão, Pizzolato falou pela primeira vez desde que foi condenado, há um ano. Eis os principais trechos:
Como o sr. se sente?
Por favor, me deem um pouco de paz. Vocês já fizeram o trabalho de vocês. Eu não pedi para vocês trabalharem.
O sr. tem rancor em relação a alguém?
Não, tenho indiferença. O rancor não leva nada a ninguém. Rancor para que? para ficar doente, para eu ficar mal? Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. que tem soberba. Quanto a essas pessoas, eu tenho pena e sou indiferente.
Quem agiu com soberba?
Se você adivinhar um, ganha um fusca.
O sr. acha que foi injustiçado?
O sr tem dúvida? Eu fiz meu trabalho no banco [do Brasil] e o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, e o maior banco da América Latina. É um banco que tem nove sistemas de controle. Na minha diretoria, tinha complyance, tinha uma diretoria de controle, tinha auditoria interna, auditoria externa, tinha conselho fiscal, tinha conselho de administração, tinha comissão de valores mobiliários, tinha tribunal de contas da união, tinha assembleia de acionistas, e como o banco tem ações em Nova York, tinha que prestar contas inclusive ao sistema americano. Ninguém encontrou um centavo que tivesse desviado em dez anos. o que que vocês acham?
O sr. se sente abandonado por alguém? Seu sogro acusou Dilma.
Ele é maior de idade e fala por ele.
O sr. recebeu apoio do PT?
Não pedi.
O sr. ficou feliz com a reeleição de Dilma?
Nem sabia. Obrigado pela novidade.
Valeu a pena fugir?
Eu não fugi, eu salvei minha vida. Qualquer um teria feito isso.Você acha que salvar a vida não vale a pena?
O sr. estava sendo ameaçado?
O que você acha?
O senhor estava sendo ameaçado de morte então?
Não sei, pergunte aos brasileiros, o que eles fizeram.
A quem o senhor recomenda que a gente pergunte isso?
Aos 210 milhões de brasileiros
Quem que ameaçou o senhor?
Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas.
O que o senhor pretende fazer a partir de agora?
Agora, eu pretendo, dormir.
O que o sr. acha da Justiça italiana?
Muito melhor que a brasileira. Aqui, o juiz não se deixa comandar pela imprensa. Aqui, o que vale é a prova e a lei. Aqui não se faz como no Brasil que esconde documentos de um inocente.
Modena é uma cidade que lhe deu sorte?
Modena é infelizmente, primeiro eu gostava de Modena por causa do Pavaroti, pelo vinagre balsâmico, pelo Lambrusco, pela paisagem, pela arquitetura belíssima, tantas obras de arte e muitos pelos advogados que foram bravos e fizeram o seu trabalho, e conseguiram mostrar a verdade sobre os fatos.
Permanecerá na cidade?
Não tenho certeza, mas longe não irei.
Ficará na Itália, certamente…
Mas existem muitos lugares belos aqui, a Itália é belíssima. Eu gosta daqui. Se vocês querem saber o que pretendo fazer, no dia 15 do próximo mês vai fazer cem anos da morte do irmão do meu avó que o irmão do meu avó na primeira guerra. E o meu avó sempre quis…
No Vêneto?
No norte do Vêneto, no Monte Beluno e o meu avó sempre quis encontrar o lugar onde ele foi ferido, pois sua família sofreu muito. E eu lhe prometi que encontraria uma forma de ir até lá. E agora tenho três coisas a fazer: pagar essa promessa com meu avó, depois, quem sabe, irie até Padre Pio orar e agradecer padre Pio, pois Deus me deu uma sorte grandíssima, uma mulher que eu não sei se é um anjo ou uma santa, que me ajudou e esteve sempre comigo a vida inteira e vou orar um pouco por toda essa gente que pensa que se pode resolver os problemas com armas, com a raiva, com a injustiça.
A sua consciência está limpa?
Limpíssima. E nunca perdi uma noite de sono por causa da minha consciência
Agora falta uma parte que é o passaporte em nome do seu irmão. O que lhe pode acontecer por isso?
Não sei. Isso não compete a mim. Pergunte às autoridades, você que têm estado a tanto tempo aqui.
O senhor acha que valeu a pena ter vindo para cá, pois alguns dos réus do mensalão já estão deixando a prisão?
Não sei. Cada um toma a decisão de acordo com sua cabeça. Eu agradeço a Deus, que sempre esteve comigo e me ajudou. Deu-me a luz a paz e estou feliz.
Como foram esses seis meses na prisão?
Eu não fiquei na prisão.
O que o senhor considera que era o Cárcere Santana?
Melhor do que passar oito anos no Brasil sem poder sair de casa sem ser agredido por alguém. Sem ser torturado nas ruas.
Melhor a cadeia aqui, em Modena?
Muito melhor a cadeia em Modena, pois aqui ninguém me agredia quando uma notícia falsa aparecia uma notícia no jornal, ou uma televisão dizia mentiras. Isso não se faz com as pessoas As pessoas quer têm a mídia nas mãos devem saber que um dia poderão também eles passar por isso, tornar-se prisioneiro em sua própria casa. Passei oito anos sem poder sair de minha casa. Por que se saía, eu sabia que não podia pegar um elevador, porque tantas vezes um vizinho não me olhava na cara. Outras vezes quando eu ia fazer compras podia ser agredido por uma coisa que eu não sabia.
Você ainda pensa que seu processo foi um processo político?
Foi um processo injusto, um processo mentiroso. Esconderam as provas e é lamentável que isso aconteça em pleno século XX. A Polícia Federal, o Instituto Nacional de Criminalística disse claríssimo que eu não tinha nada a ver com aquilo. Preferiram outras opções.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/10/30/midia-esconde-entrevista-com-pizzolato/#sthash.moALFORb.dpuf




Mídia esconde entrevista com Pizzolato

Por Miguel do Rosário, no "O Cafezinho"



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O jornalista Jamil Chade, do Estadão, fez uma entrevista com Pizzolato. Quer dizer, ao menos é ele que assina a matéria. O texto, contudo, parece escrito por um italiano que ainda não domina o português, de tantos erros de sintaxe, embora nada que comprometa a compreensão. A displicência apenas revela o constrangimento da mídia com as possíveis consequências da soltura de Pizzolato.
E, ironia das ironias, após a mídia gastar sabe-se lá quanto, pagando correspondentes da Itália para acompanhar o caso Pizzolato, e fazendo de tudo para obter entrevistas ou imagens de Andrea Haas, mulher de Pizzolato, quando alguém consegue enfim uma entrevista com o próprio, ela é escamoteada. Não recebe nenhum destaque, nem no próprio Estadão.
Isso porque Pizzolato é a ponta solta que pode fazer ruir a farsa que foi o julgamento do mensalão.
A própria presidenta Dilma agora aprendeu, na própria pele, o que é ser vítima de uma farsa.
Por pouco não perdeu as eleições por causa de uma armação entre mídia e setores corrompidos do próprio Estado.
Houve corrupção na Petrobrás, como infelizmente há em qualquer estatal ou empresa privada, mas as investigações têm de ser conduzidas com isenção, sem acusar ninguém sem provas, e, sobretudo, sem a tentativa vil de manipular depoimentos com objetivos políticos ou eleitoreiros.
Na entrevista, Pizzolato aborda pontos que, se houvesse imprensa de verdade no país, teriam de ser discutidos.
Por exemplo, ele observa que o Banco do Brasil tinha nove sistemas de controle, o que tornava impossível o desvio dos recursos do Fundo Visanet, ou de qualquer recurso do BB, sobretudo a partir de um funcionário subalterno, como ele era. Desviar R$ 74 milhões, então, é uma acusação surreal.
Pizzolato também fala da ocultação de provas. A imprensa brasileira, cúmplice e artífice desse crime, não tem interesse em informar ao público que provas foram essas, quando foram ocultadas e porque foram ocultadas.
Mas o PT e o governo, que foram vítimas de uma farsa cujo objetivo sempre foi o desgaste político, têm obrigação moral de retomar esse processo, sob o risco de outras farsas se repetirem. Como, aliás, já estão tentando fazer.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, quis fugir do confronto com a mídia, mandando cortar cabeças de subordinados, antes mesmo de qualquer provas contra eles, e quase teve a sua própria cabeça cortada.
A mesma coisa vale para a presidente Dilma.
A parte da entrevista que fala em ameaças pode enganar coxinhas. Pizzolato foi “ameaçado” por setores corrompidos e acuados do Estado, como o Ministério Público e o STF, além da mídia.
*
Entrevista: Henrique Pizzolato

Ex-diretor criticou Justiça brasileira e elogiou a da Itália. ‘Ela não se deixa levar pelo o que jornais ou TVs veiculam’
Pizzolato é libertado e critica processo do mensalão: ‘Foi injusto, esconderam provas’
Por Jamil Chade, no Estadão.
28 Outubro 2014 | 17h 36
Bolonha – “Não fugi. Salvei minha vida”. Quem declara isso é Henrique Pizzolato ao deixar a prisão de Modena hoje às 20.30 e insiste que está “com sua consciência tranquila”. Caminhando lentamente e perdido em busca de sua esposa que chegaria instantes depois, ele perambulava pelo estacionamento da prisão Sant Anna de Modena sem destino, enquanto era indagado por jornalistas.
Na tarde de hoje, o Tribunal de Bolonha rejeitou um pedido do governo brasileiro de extraditar Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado a doze anos e sete meses no caso do Mensalão.
Mais gordo, mais envelhecido e carregando três sacolas com seus pertences, ele não economizou ataques ao Brasil e chegou a dizer que “nem sabia” que Dilma Rousseff havia vencido a eleição.
Antes, dentro da corte num púlpito debaixo da frase estampada na parede do tribunal “A Lei é igual para todos”, Pizzolato insistiu que era inocente.
Sua liberação foi comemorada pela família. Quem não escondia sua emoção era João Haas, sogro de Pizzolato. “Henrique chorou copiosamente”, disse Haas, que acompanhou o julgamento ao lado de sua filha Andrea, mulher do ex-diretor.
Ele, porém, fez questão de sair ao ataque contra Dilma. “O PT e a presidente Dilma abandonaram Pizzolato. Espero que agora o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) coloque a mão na consciência.” “Eu estou resgatando minha família, que foi estraçalhada pelo STF, insistiu. Após a decisão, Andrea e Pizzolato se abraçaram.
Ao deixar a prisão, Pizzolato falou pela primeira vez desde que foi condenado, há um ano. Eis os principais trechos:
Como o sr. se sente?
Por favor, me deem um pouco de paz. Vocês já fizeram o trabalho de vocês. Eu não pedi para vocês trabalharem.
O sr. tem rancor em relação a alguém?
Não, tenho indiferença. O rancor não leva nada a ninguém. Rancor para que? para ficar doente, para eu ficar mal? Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. que tem soberba. Quanto a essas pessoas, eu tenho pena e sou indiferente.
Quem agiu com soberba?
Se você adivinhar um, ganha um fusca.
O sr. acha que foi injustiçado?
O sr tem dúvida? Eu fiz meu trabalho no banco [do Brasil] e o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, e o maior banco da América Latina. É um banco que tem nove sistemas de controle. Na minha diretoria, tinha complyance, tinha uma diretoria de controle, tinha auditoria interna, auditoria externa, tinha conselho fiscal, tinha conselho de administração, tinha comissão de valores mobiliários, tinha tribunal de contas da união, tinha assembleia de acionistas, e como o banco tem ações em Nova York, tinha que prestar contas inclusive ao sistema americano. Ninguém encontrou um centavo que tivesse desviado em dez anos. o que que vocês acham?

O sr. se sente abandonado por alguém? Seu sogro acusou Dilma.
Ele é maior de idade e fala por ele.

O sr. recebeu apoio do PT?
Não pedi.

O sr. ficou feliz com a reeleição de Dilma?
Nem sabia. Obrigado pela novidade.

Valeu a pena fugir?
Eu não fugi, eu salvei minha vida. Qualquer um teria feito isso.Você acha que salvar a vida não vale a pena?

O sr. estava sendo ameaçado?
O que você acha?

O senhor estava sendo ameaçado de morte então?
Não sei, pergunte aos brasileiros, o que eles fizeram.

A quem o senhor recomenda que a gente pergunte isso?
Aos 210 milhões de brasileiros

Quem que ameaçou o senhor?
Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas.

O que o senhor pretende fazer a partir de agora?
Agora, eu pretendo, dormir.

O que o sr. acha da Justiça italiana?
Muito melhor que a brasileira. Aqui, o juiz não se deixa comandar pela imprensa. Aqui, o que vale é a prova e a lei. Aqui não se faz como no Brasil que esconde documentos de um inocente.

Modena é uma cidade que lhe deu sorte?
Modena é infelizmente, primeiro eu gostava de Modena por causa do Pavaroti, pelo vinagre balsâmico, pelo Lambrusco, pela paisagem, pela arquitetura belíssima, tantas obras de arte e muitos pelos advogados que foram bravos e fizeram o seu trabalho, e conseguiram mostrar a verdade sobre os fatos.

Permanecerá na cidade?
Não tenho certeza, mas longe não irei.

Ficará na Itália, certamente…
Mas existem muitos lugares belos aqui, a Itália é belíssima. Eu gosto daqui. Se vocês querem saber o que pretendo fazer, no dia 15 do próximo mês vai fazer cem anos da morte do irmão do meu avó que o irmão do meu avó na primeira guerra. E o meu avó sempre quis…

No Vêneto?
No norte do Vêneto, no Monte Beluno e o meu avó sempre quis encontrar o lugar onde ele foi ferido, pois sua família sofreu muito. E eu lhe prometi que encontraria uma forma de ir até lá. E agora tenho três coisas a fazer: pagar essa promessa com meu avó, depois, quem sabe, irei até Padre Pio orar e agradecer padre Pio, pois Deus me deu uma sorte grandíssima, uma mulher que eu não sei se é um anjo ou uma santa, que me ajudou e esteve sempre comigo a vida inteira e vou orar um pouco por toda essa gente que pensa que se pode resolver os problemas com armas, com a raiva, com a injustiça.

A sua consciência está limpa?
Limpíssima. E nunca perdi uma noite de sono por causa da minha consciência

Agora falta uma parte que é o passaporte em nome do seu irmão. O que lhe pode acontecer por isso?
Não sei. Isso não compete a mim. Pergunte às autoridades, você que têm estado a tanto tempo aqui.

O senhor acha que valeu a pena ter vindo para cá, pois alguns dos réus do mensalão já estão deixando a prisão?
Não sei. Cada um toma a decisão de acordo com sua cabeça. Eu agradeço a Deus, que sempre esteve comigo e me ajudou. Deu-me a luz a paz e estou feliz.

Como foram esses seis meses na prisão?
Eu não fiquei na prisão.

O que o senhor considera que era o Cárcere Santana?
Melhor do que passar oito anos no Brasil sem poder sair de casa sem ser agredido por alguém. Sem ser torturado nas ruas.

Melhor a cadeia aqui, em Modena?
Muito melhor a cadeia em Modena, pois aqui ninguém me agredia quando uma notícia falsa aparecia uma notícia no jornal, ou uma televisão dizia mentiras. Isso não se faz com as pessoas As pessoas quer têm a mídia nas mãos devem saber que um dia poderão também eles passar por isso, tornar-se prisioneiro em sua própria casa. Passei oito anos sem poder sair de minha casa. Por que se saía, eu sabia que não podia pegar um elevador, porque tantas vezes um vizinho não me olhava na cara. Outras vezes quando eu ia fazer compras podia ser agredido por uma coisa que eu não sabia.

Você ainda pensa que seu processo foi um processo político?
Foi um processo injusto, um processo mentiroso. Esconderam as provas e é lamentável que isso aconteça em pleno século XX. A Polícia Federal, o Instituto Nacional de Criminalística disse claríssimo que eu não tinha nada a ver com aquilo. Preferiram outras opções.

- See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/10/30/midia-esconde-entrevista-com-pizzolato/#sthash.moALFORb.dpuf

Mídia esconde entrevista com Pizzolato

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O jornalista Jamil Chade, do Estadão, fez uma entrevista com Pizzolato. Quer dizer, ao menos é ele que assina a matéria. O texto, contudo, parece escrito por um italiano que ainda não domina o português, de tantos erros de sintaxe, embora nada que comprometa a compreensão. A displicência apenas revela o constrangimento da mídia com as possíveis consequências da soltura de Pizzolato.
E, ironia das ironias, após a mídia gastar sabe-se lá quanto, pagando correspondentes da Itália para acompanhar o caso Pizzolato, e fazendo de tudo para obter entrevistas ou imagens de Andrea Haas, mulher de Pizzolato, quando alguém consegue enfim uma entrevista com o próprio, ela é escamoteada. Não recebe nenhum destaque, nem no próprio Estadão.
Isso porque Pizzolato é a ponta solta que pode fazer ruir a farsa que foi o julgamento do mensalão.
A própria presidenta Dilma agora aprendeu, na própria pele, o que é ser vítima de uma farsa.
Por pouco não perdeu as eleições por causa de uma armação entre mídia e setores corrompidos do próprio Estado.
Houve corrupção na Petrobrás, como infelizmente há em qualquer estatal ou empresa privada, mas as investigações têm de ser conduzidas com isenção, sem acusar ninguém sem provas, e, sobretudo, sem a tentativa vil de manipular depoimentos com objetivos políticos ou eleitoreiros.
Na entrevista, Pizzolato aborda pontos que, se houvesse imprensa de verdade no país, teriam de ser discutidos.
Por exemplo, ele observa que o Banco do Brasil tinha nove sistemas de controle, o que tornava impossível o desvio dos recursos do Fundo Visanet, ou de qualquer recurso do BB, sobretudo a partir de um funcionário subalterno, como ele era. Desviar R$ 74 milhões, então, é uma acusação surreal.
Pizzolato também fala da ocultação de provas. A imprensa brasileira, cúmplice e artífice desse crime, não tem interesse em informar ao público que provas foram essas, quando foram ocultadas e porque foram ocultadas.
Mas o PT e o governo, que foram vítimas de uma farsa cujo objetivo sempre foi o desgaste político, têm obrigação moral de retomar esse processo, sob o risco de outras farsas se repetirem. Como, aliás, já estão tentando fazer.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, quis fugir do confronto com a mídia, mandando cortar cabeças de subordinados, antes mesmo de qualquer provas contra eles, e quase teve a sua própria cabeça cortada.
A mesma coisa vale para a presidente Dilma.
A parte da entrevista que fala em ameaças pode enganar coxinhas. Pizzolato foi “ameaçado” por setores corrompidos e acuados do Estado, como o Ministério Público e o STF, além da mídia.
*
Entrevista: Henrique Pizzolato
Ex-diretor criticou Justiça brasileira e elogiou a da Itália. ‘Ela não se deixa levar pelo o que jornais ou TVs veiculam’
Pizzolato é libertado e critica processo do mensalão: ‘Foi injusto, esconderam provas’
Por Jamil Chade, no Estadão.
28 Outubro 2014 | 17h 36
Bolonha – “Não fugi. Salvei minha vida”. Quem declara isso é Henrique Pizzolato ao deixar a prisão de Modena hoje às 20.30 e insiste que está “com sua consciência tranquila”. Caminhando lentamente e perdido em busca de sua esposa que chegaria instantes depois, ele perambulava pelo estacionamento da prisão Sant Anna de Modena sem destino, enquanto era indagado por jornalistas.
Na tarde de hoje, o Tribunal de Bolonha rejeitou um pedido do governo brasileiro de extraditar Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado a doze anos e sete meses no caso do Mensalão.
Mais gordo, mais envelhecido e carregando três sacolas com seus pertences, ele não economizou ataques ao Brasil e chegou a dizer que “nem sabia” que Dilma Rousseff havia vencido a eleição.
Antes, dentro da corte num púlpito debaixo da frase estampada na parede do tribunal “A Lei é igual para todos”, Pizzolato insistiu que era inocente.
Sua liberação foi comemorada pela família. Quem não escondia sua emoção era João Haas, sogro de Pizzolato. “Henrique chorou copiosamente”, disse Haas, que acompanhou o julgamento ao lado de sua filha Andrea, mulher do ex-diretor.
Ele, porém, fez questão de sair ao ataque contra Dilma. “O PT e a presidente Dilma abandonaram Pizzolato. Espero que agora o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) coloque a mão na consciência.” “Eu estou resgatando minha família, que foi estraçalhada pelo STF, insistiu. Após a decisão, Andrea e Pizzolato se abraçaram.
Ao deixar a prisão, Pizzolato falou pela primeira vez desde que foi condenado, há um ano. Eis os principais trechos:
Como o sr. se sente?
Por favor, me deem um pouco de paz. Vocês já fizeram o trabalho de vocês. Eu não pedi para vocês trabalharem.
O sr. tem rancor em relação a alguém?
Não, tenho indiferença. O rancor não leva nada a ninguém. Rancor para que? para ficar doente, para eu ficar mal? Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. que tem soberba. Quanto a essas pessoas, eu tenho pena e sou indiferente.
Quem agiu com soberba?
Se você adivinhar um, ganha um fusca.
O sr. acha que foi injustiçado?
O sr tem dúvida? Eu fiz meu trabalho no banco [do Brasil] e o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, e o maior banco da América Latina. É um banco que tem nove sistemas de controle. Na minha diretoria, tinha complyance, tinha uma diretoria de controle, tinha auditoria interna, auditoria externa, tinha conselho fiscal, tinha conselho de administração, tinha comissão de valores mobiliários, tinha tribunal de contas da união, tinha assembleia de acionistas, e como o banco tem ações em Nova York, tinha que prestar contas inclusive ao sistema americano. Ninguém encontrou um centavo que tivesse desviado em dez anos. o que que vocês acham?
O sr. se sente abandonado por alguém? Seu sogro acusou Dilma.
Ele é maior de idade e fala por ele.
O sr. recebeu apoio do PT?
Não pedi.
O sr. ficou feliz com a reeleição de Dilma?
Nem sabia. Obrigado pela novidade.
Valeu a pena fugir?
Eu não fugi, eu salvei minha vida. Qualquer um teria feito isso.Você acha que salvar a vida não vale a pena?
O sr. estava sendo ameaçado?
O que você acha?
O senhor estava sendo ameaçado de morte então?
Não sei, pergunte aos brasileiros, o que eles fizeram.
A quem o senhor recomenda que a gente pergunte isso?
Aos 210 milhões de brasileiros
Quem que ameaçou o senhor?
Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas.
O que o senhor pretende fazer a partir de agora?
Agora, eu pretendo, dormir.
O que o sr. acha da Justiça italiana?
Muito melhor que a brasileira. Aqui, o juiz não se deixa comandar pela imprensa. Aqui, o que vale é a prova e a lei. Aqui não se faz como no Brasil que esconde documentos de um inocente.
Modena é uma cidade que lhe deu sorte?
Modena é infelizmente, primeiro eu gostava de Modena por causa do Pavaroti, pelo vinagre balsâmico, pelo Lambrusco, pela paisagem, pela arquitetura belíssima, tantas obras de arte e muitos pelos advogados que foram bravos e fizeram o seu trabalho, e conseguiram mostrar a verdade sobre os fatos.
Permanecerá na cidade?
Não tenho certeza, mas longe não irei.
Ficará na Itália, certamente…
Mas existem muitos lugares belos aqui, a Itália é belíssima. Eu gosta daqui. Se vocês querem saber o que pretendo fazer, no dia 15 do próximo mês vai fazer cem anos da morte do irmão do meu avó que o irmão do meu avó na primeira guerra. E o meu avó sempre quis…
No Vêneto?
No norte do Vêneto, no Monte Beluno e o meu avó sempre quis encontrar o lugar onde ele foi ferido, pois sua família sofreu muito. E eu lhe prometi que encontraria uma forma de ir até lá. E agora tenho três coisas a fazer: pagar essa promessa com meu avó, depois, quem sabe, irie até Padre Pio orar e agradecer padre Pio, pois Deus me deu uma sorte grandíssima, uma mulher que eu não sei se é um anjo ou uma santa, que me ajudou e esteve sempre comigo a vida inteira e vou orar um pouco por toda essa gente que pensa que se pode resolver os problemas com armas, com a raiva, com a injustiça.
A sua consciência está limpa?
Limpíssima. E nunca perdi uma noite de sono por causa da minha consciência
Agora falta uma parte que é o passaporte em nome do seu irmão. O que lhe pode acontecer por isso?
Não sei. Isso não compete a mim. Pergunte às autoridades, você que têm estado a tanto tempo aqui.
O senhor acha que valeu a pena ter vindo para cá, pois alguns dos réus do mensalão já estão deixando a prisão?
Não sei. Cada um toma a decisão de acordo com sua cabeça. Eu agradeço a Deus, que sempre esteve comigo e me ajudou. Deu-me a luz a paz e estou feliz.
Como foram esses seis meses na prisão?
Eu não fiquei na prisão.
O que o senhor considera que era o Cárcere Santana?
Melhor do que passar oito anos no Brasil sem poder sair de casa sem ser agredido por alguém. Sem ser torturado nas ruas.
Melhor a cadeia aqui, em Modena?
Muito melhor a cadeia em Modena, pois aqui ninguém me agredia quando uma notícia falsa aparecia uma notícia no jornal, ou uma televisão dizia mentiras. Isso não se faz com as pessoas As pessoas quer têm a mídia nas mãos devem saber que um dia poderão também eles passar por isso, tornar-se prisioneiro em sua própria casa. Passei oito anos sem poder sair de minha casa. Por que se saía, eu sabia que não podia pegar um elevador, porque tantas vezes um vizinho não me olhava na cara. Outras vezes quando eu ia fazer compras podia ser agredido por uma coisa que eu não sabia.
Você ainda pensa que seu processo foi um processo político?
Foi um processo injusto, um processo mentiroso. Esconderam as provas e é lamentável que isso aconteça em pleno século XX. A Polícia Federal, o Instituto Nacional de Criminalística disse claríssimo que eu não tinha nada a ver com aquilo. Preferiram outras opções.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/10/30/midia-esconde-entrevista-com-pizzolato/#sthash.moALFORb.dpuf

Mídia esconde entrevista com Pizzolato

1450277_233042000190422_2138459406_n


O jornalista Jamil Chade, do Estadão, fez uma entrevista com Pizzolato. Quer dizer, ao menos é ele que assina a matéria. O texto, contudo, parece escrito por um italiano que ainda não domina o português, de tantos erros de sintaxe, embora nada que comprometa a compreensão. A displicência apenas revela o constrangimento da mídia com as possíveis consequências da soltura de Pizzolato.
E, ironia das ironias, após a mídia gastar sabe-se lá quanto, pagando correspondentes da Itália para acompanhar o caso Pizzolato, e fazendo de tudo para obter entrevistas ou imagens de Andrea Haas, mulher de Pizzolato, quando alguém consegue enfim uma entrevista com o próprio, ela é escamoteada. Não recebe nenhum destaque, nem no próprio Estadão.
Isso porque Pizzolato é a ponta solta que pode fazer ruir a farsa que foi o julgamento do mensalão.
A própria presidenta Dilma agora aprendeu, na própria pele, o que é ser vítima de uma farsa.
Por pouco não perdeu as eleições por causa de uma armação entre mídia e setores corrompidos do próprio Estado.
Houve corrupção na Petrobrás, como infelizmente há em qualquer estatal ou empresa privada, mas as investigações têm de ser conduzidas com isenção, sem acusar ninguém sem provas, e, sobretudo, sem a tentativa vil de manipular depoimentos com objetivos políticos ou eleitoreiros.
Na entrevista, Pizzolato aborda pontos que, se houvesse imprensa de verdade no país, teriam de ser discutidos.
Por exemplo, ele observa que o Banco do Brasil tinha nove sistemas de controle, o que tornava impossível o desvio dos recursos do Fundo Visanet, ou de qualquer recurso do BB, sobretudo a partir de um funcionário subalterno, como ele era. Desviar R$ 74 milhões, então, é uma acusação surreal.
Pizzolato também fala da ocultação de provas. A imprensa brasileira, cúmplice e artífice desse crime, não tem interesse em informar ao público que provas foram essas, quando foram ocultadas e porque foram ocultadas.
Mas o PT e o governo, que foram vítimas de uma farsa cujo objetivo sempre foi o desgaste político, têm obrigação moral de retomar esse processo, sob o risco de outras farsas se repetirem. Como, aliás, já estão tentando fazer.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, quis fugir do confronto com a mídia, mandando cortar cabeças de subordinados, antes mesmo de qualquer provas contra eles, e quase teve a sua própria cabeça cortada.
A mesma coisa vale para a presidente Dilma.
A parte da entrevista que fala em ameaças pode enganar coxinhas. Pizzolato foi “ameaçado” por setores corrompidos e acuados do Estado, como o Ministério Público e o STF, além da mídia.
*
Entrevista: Henrique Pizzolato
Ex-diretor criticou Justiça brasileira e elogiou a da Itália. ‘Ela não se deixa levar pelo o que jornais ou TVs veiculam’
Pizzolato é libertado e critica processo do mensalão: ‘Foi injusto, esconderam provas’
Por Jamil Chade, no Estadão.
28 Outubro 2014 | 17h 36
Bolonha – “Não fugi. Salvei minha vida”. Quem declara isso é Henrique Pizzolato ao deixar a prisão de Modena hoje às 20.30 e insiste que está “com sua consciência tranquila”. Caminhando lentamente e perdido em busca de sua esposa que chegaria instantes depois, ele perambulava pelo estacionamento da prisão Sant Anna de Modena sem destino, enquanto era indagado por jornalistas.
Na tarde de hoje, o Tribunal de Bolonha rejeitou um pedido do governo brasileiro de extraditar Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado a doze anos e sete meses no caso do Mensalão.
Mais gordo, mais envelhecido e carregando três sacolas com seus pertences, ele não economizou ataques ao Brasil e chegou a dizer que “nem sabia” que Dilma Rousseff havia vencido a eleição.
Antes, dentro da corte num púlpito debaixo da frase estampada na parede do tribunal “A Lei é igual para todos”, Pizzolato insistiu que era inocente.
Sua liberação foi comemorada pela família. Quem não escondia sua emoção era João Haas, sogro de Pizzolato. “Henrique chorou copiosamente”, disse Haas, que acompanhou o julgamento ao lado de sua filha Andrea, mulher do ex-diretor.
Ele, porém, fez questão de sair ao ataque contra Dilma. “O PT e a presidente Dilma abandonaram Pizzolato. Espero que agora o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) coloque a mão na consciência.” “Eu estou resgatando minha família, que foi estraçalhada pelo STF, insistiu. Após a decisão, Andrea e Pizzolato se abraçaram.
Ao deixar a prisão, Pizzolato falou pela primeira vez desde que foi condenado, há um ano. Eis os principais trechos:
Como o sr. se sente?
Por favor, me deem um pouco de paz. Vocês já fizeram o trabalho de vocês. Eu não pedi para vocês trabalharem.
O sr. tem rancor em relação a alguém?
Não, tenho indiferença. O rancor não leva nada a ninguém. Rancor para que? para ficar doente, para eu ficar mal? Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. que tem soberba. Quanto a essas pessoas, eu tenho pena e sou indiferente.
Quem agiu com soberba?
Se você adivinhar um, ganha um fusca.
O sr. acha que foi injustiçado?
O sr tem dúvida? Eu fiz meu trabalho no banco [do Brasil] e o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, e o maior banco da América Latina. É um banco que tem nove sistemas de controle. Na minha diretoria, tinha complyance, tinha uma diretoria de controle, tinha auditoria interna, auditoria externa, tinha conselho fiscal, tinha conselho de administração, tinha comissão de valores mobiliários, tinha tribunal de contas da união, tinha assembleia de acionistas, e como o banco tem ações em Nova York, tinha que prestar contas inclusive ao sistema americano. Ninguém encontrou um centavo que tivesse desviado em dez anos. o que que vocês acham?
O sr. se sente abandonado por alguém? Seu sogro acusou Dilma.
Ele é maior de idade e fala por ele.
O sr. recebeu apoio do PT?
Não pedi.
O sr. ficou feliz com a reeleição de Dilma?
Nem sabia. Obrigado pela novidade.
Valeu a pena fugir?
Eu não fugi, eu salvei minha vida. Qualquer um teria feito isso.Você acha que salvar a vida não vale a pena?
O sr. estava sendo ameaçado?
O que você acha?
O senhor estava sendo ameaçado de morte então?
Não sei, pergunte aos brasileiros, o que eles fizeram.
A quem o senhor recomenda que a gente pergunte isso?
Aos 210 milhões de brasileiros
Quem que ameaçou o senhor?
Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas.
O que o senhor pretende fazer a partir de agora?
Agora, eu pretendo, dormir.
O que o sr. acha da Justiça italiana?
Muito melhor que a brasileira. Aqui, o juiz não se deixa comandar pela imprensa. Aqui, o que vale é a prova e a lei. Aqui não se faz como no Brasil que esconde documentos de um inocente.
Modena é uma cidade que lhe deu sorte?
Modena é infelizmente, primeiro eu gostava de Modena por causa do Pavaroti, pelo vinagre balsâmico, pelo Lambrusco, pela paisagem, pela arquitetura belíssima, tantas obras de arte e muitos pelos advogados que foram bravos e fizeram o seu trabalho, e conseguiram mostrar a verdade sobre os fatos.
Permanecerá na cidade?
Não tenho certeza, mas longe não irei.
Ficará na Itália, certamente…
Mas existem muitos lugares belos aqui, a Itália é belíssima. Eu gosta daqui. Se vocês querem saber o que pretendo fazer, no dia 15 do próximo mês vai fazer cem anos da morte do irmão do meu avó que o irmão do meu avó na primeira guerra. E o meu avó sempre quis…
No Vêneto?
No norte do Vêneto, no Monte Beluno e o meu avó sempre quis encontrar o lugar onde ele foi ferido, pois sua família sofreu muito. E eu lhe prometi que encontraria uma forma de ir até lá. E agora tenho três coisas a fazer: pagar essa promessa com meu avó, depois, quem sabe, irie até Padre Pio orar e agradecer padre Pio, pois Deus me deu uma sorte grandíssima, uma mulher que eu não sei se é um anjo ou uma santa, que me ajudou e esteve sempre comigo a vida inteira e vou orar um pouco por toda essa gente que pensa que se pode resolver os problemas com armas, com a raiva, com a injustiça.
A sua consciência está limpa?
Limpíssima. E nunca perdi uma noite de sono por causa da minha consciência
Agora falta uma parte que é o passaporte em nome do seu irmão. O que lhe pode acontecer por isso?
Não sei. Isso não compete a mim. Pergunte às autoridades, você que têm estado a tanto tempo aqui.
O senhor acha que valeu a pena ter vindo para cá, pois alguns dos réus do mensalão já estão deixando a prisão?
Não sei. Cada um toma a decisão de acordo com sua cabeça. Eu agradeço a Deus, que sempre esteve comigo e me ajudou. Deu-me a luz a paz e estou feliz.
Como foram esses seis meses na prisão?
Eu não fiquei na prisão.
O que o senhor considera que era o Cárcere Santana?
Melhor do que passar oito anos no Brasil sem poder sair de casa sem ser agredido por alguém. Sem ser torturado nas ruas.
Melhor a cadeia aqui, em Modena?
Muito melhor a cadeia em Modena, pois aqui ninguém me agredia quando uma notícia falsa aparecia uma notícia no jornal, ou uma televisão dizia mentiras. Isso não se faz com as pessoas As pessoas quer têm a mídia nas mãos devem saber que um dia poderão também eles passar por isso, tornar-se prisioneiro em sua própria casa. Passei oito anos sem poder sair de minha casa. Por que se saía, eu sabia que não podia pegar um elevador, porque tantas vezes um vizinho não me olhava na cara. Outras vezes quando eu ia fazer compras podia ser agredido por uma coisa que eu não sabia.
Você ainda pensa que seu processo foi um processo político?
Foi um processo injusto, um processo mentiroso. Esconderam as provas e é lamentável que isso aconteça em pleno século XX. A Polícia Federal, o Instituto Nacional de Criminalística disse claríssimo que eu não tinha nada a ver com aquilo. Preferiram outras opções.
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AP 470: uma lição que vem de longe

E a Itália julgou a AP 470...

Com a mídia brasileira insistindo em centrar fogo apenas em uma das razões para a negativa de extradição de Henrique Pizzolato pela Corte que o julgou na Itália, deixamos de debater outra das razões nas quais o tribunal peninsular se decidiu por não conceder o pedido brasileiro: o Brasil negou a Pizzolato o direito ao duplo grau de jurisdição no julgamento da AP 470 pelo Supremo Tribunal Federal.

Usando da tática da omissão seletiva dos fatos e concentrando suas críticas apenas no argumento da qualidade do sistema penal brasileiro, nossa mídia - a verdadeira parte acusatória na referida ação penal - deixa de lado a discussão sobre a negativa de direitos a Pizzolato, em uma forma de validar o julgamento feito pelo STF e passar ao público a impressão de que a Corte italiana convalida o julgamento e não extradita o acusado apenas pelas condições carcerárias.

Ora, qualquer operador de direito mais conhecedor das origens e formação da norma jurídica, sabe bem que o Direito italiano foi sempre espelho e base para a criação da norma jurídica brasileira. Na Alemanha e na Itália buscamos a base para formação das nossas leis e de nossos códigos. A decisão italiana de negar extradição TAMBÉM pela inexistência do duplo grau de jurisdição põe abaixo toda a estrutura do julgamento realizado por Joaquim Barbosa e seus colegas.


Vale lembrar que não apenas Pizzolato tinha direito ao duplo grau de jurisdição - o julgamento por uma corte com faculdade de apelação em caso de sentença que lhe fosse contrária. José Dirceu, José Genoíno e diversos outros dos réus não tinham à época do julgamento, direito ao tal duplo grau e, assim como procedeu com Eduardo Azeredo, cabia à Suprema Corte brasileira declarar-se incompetente e transferir competência a juízo de primeiro grau o que daria aos réus chance de apelação de sentença que lhes fosse contrária.

O argumento da Corte italiana põe por terra de forma gritante toda a estrutura de condenação de Pizzolato e de todos os réus da AP 470. E é por isso que a mídia que condenou os réus desse processo por antecipação e fez do julgamento um verdadeiro circo, se nega a ir adiante na análise da negativa italiana da extradição. Se o fizer absolverá de vez Dirceu, Genoíno e os demais réus dos quais se excetuam apenas os titulares de mandato parlamentar ali julgados.

Continuamos vivendo a farsa de uma ação penal que foi montada como parte de plano maior de criminalização da política e ceifou a um dos partidos brasileiros, dois de seus melhores quadros.

E assim se move o Judiciário brasileiro apoiado na sua mídia comprometida, na farsa de princípios jurídicos questionáveis e nessa imensa nódoa do partidarismo midiático intransigente...

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Quosque tandem..???

A frase de Cícero "quosque tandem catilina abutere patientia nostra" ecoa até hoje e nela substituímos Catilina por mídia e Paulo Nogueira do Diário do Centro do Mundo comenta: 

Até quando jornalistas como Merval serão ‘financiados’ com dinheiro público?


Bancado com dinheiro público
Bancado com dinheiro público

Uma das coisas essenciais que você aprende como executivo é a chamada “base zero” para elaborar orçamentos.
Na inércia, nas empresas, cada departamento vai simplesmente acrescentando no planejamento de seus gastos  5% ou 10%, a cada ano.
A base zero evita isso. Você mergulha em cada investimento e verifica se ele ainda faz sentido. Às vezes, em vez de mantê-lo ou aumentá-lo, você percebe que o melhor mesmo é eliminá-lo.
A quem interessar: foi uma das coisas que aprendi em meus anos de editor da Exame e, depois, de diretor superintendente de uma unidade de negócios da Abril.
Minha introdução se destina a falar da regulação da mídia – um assunto que vai provocar fortes emoções nos próximos meses.
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Um passo vital – e este independe de qualquer outra coisa que não seja a vontade do governo – é fazer um orçamento a partir da base zero nos gastos com publicidade do governo federal.
Por exemplo: faz sentido colocar 600  milhões de reais por ano na Globo? Citei a Globo porque, de longe, é ela quem mais recebe dinheiro federal na forma de anúncios.
Do ponto de vista técnico, o carro-chefe da Globo é a televisão aberta – uma mídia que vai se tornando mais e mais obsoleta à medida que avança a Era Digital.
Veja as audiências da Globo. Nos últimos meses, ou até anos, é comum você ver que foi batido o recorde de pior Ibope de virtualmente toda a grade da Globo.
Jornal Nacional? Antes, 60% ou coisa parecida. Agora, um esforço para ficar na casa dos 20%.
Novelas? Para quem chegou a ter 100% em capítulos finais, é uma tragédia regredir, hoje, a 30%, e isto na novela principal, a das 9.
Faustão, Fantástico? Em breve, estarão com um dígito de audiência, pelo trote atual.
Não vou entrar aqui na questão da qualidade. Se um gênio assumisse o Jornal Nacional, o conteúdo melhoraria, mas a audiência não: é a Era Digital em ação.
Pois bem.
Tudo aquilo considerado, 600 milhões por ano fazem sentido tecnicamente?
É claro que não.
Quanto faz sentido: metade? Um terço? Não sei: é aí que entra o estudo com base zero.
É curioso notar que um efeito colateral desse dinheiro colossal que entra todos os anos na Globo – seu Anualão – é o pelotão de jornalistas como Jabor, Merval, Sardenberg, Waack, Noblat e tantos outros dedicados à manutenção dos privilégios de seus patrões e, claro, deles próprios.
Não  é exagero dizer que eles são financiados pelo dinheiro do contribuinte.
Digamos que para 2015 fosse mantida metade do Anualão da Globo. Haveria, aí, 300 milhões de reais ou para ajudar a equilibrar as contas públicas ou, no melhor cenário, para ampliar programas sociais.
Cito a Globo apenas pelo tamanho de seu caso.
Alguns meses atrás, a sociedade subitamente se perguntou se era certo o governo federal colocar 150 milhões por ano no SBT, em publicidade, para que, no final, aparecesse em seu principal telejornal com enorme destaque uma comentarista que apoiava justiceiros, Raquel Sheherazade.
Esqueçamos, no caso do SBT, Sheherazade e tantos outros comentaristas de emissoras afiliadas iguais a ela, como Paulo Martins, do SBT de Curitiba.
“O PT é um tumor maligno”, escreveu ele em sua conta no Twitter perto das eleições. “Essa eleição é o ponto limite para o Brasil desse mal com tratamento convencional. Depois dessa, é muita dor ou morte.”
Em português: ele estava pregando um golpe na democracia em caso de fracasso no “tratamento convencional” – a vontade da maioria expressa nas urnas.
Também ele – aliás numa concessão pública – é bancado pelo dinheiro público. A sociedade aprovaria esse emprego de dinheiro?
É irônico, mas o que a mídia tem que enfrentar é um choque de capitalismo: andar pelas próprias pernas, sem o Estado-babá. (Até hoje vigora uma reserva de mercado na imprensa, por absurdo que pareça em pleno 2014.)
Os bilhões que ano após ano o sucessivos governos – na Era FHC as somas eram ainda maiores – colocam nas grandes corporações de mídia têm ainda uma consequência pouco discutida.
Dependentes do governo – nenhuma sobreviveria se as verbas fossem extirpadas –, elas entram em pânico a cada eleição presidencial. E fazem o que todos sabemos que fazem, pela manutenção de seus privilégios.
Aécio, agora, era a garantia de vida boa para todas elas. O modus operandi de Aécio é conhecido: como governador de Minas, ele triplicou os gastos com publicidade.
Ele não teve o pudor de deixar de colocar dinheiro público nem nas rádios de sua própria família.
Na Minas de Aécio, a imprensa amiga foi bem recompensada com anúncios´, incluída a Globo local.
E aqui um acréscimo importante: fora o dinheiro federal, as grandes corporações de mídia são abençoadas também com anúncios de governos estaduais e municipais.
Em São Paulo, os governos do PSDB têm contribuído na medida de suas possibilidades com empresas como Abril, Estado e Folha.
E não só com publicidade. Todo ano, o governo paulista renova um grande lote de assinaturas da Veja para distribuir as revistas em escolas públicas.
Felizmente para a cabeça dos jovens, as revistas sequer são tiradas do plástico que as embala.
Que jovem lê revista, hoje? Mesmo assim, as assinaturas são sempre renovadas.
Mas um passo por vez.
Fazer um orçamento de marketing  com base zero nos gastos com publicidade seria uma das atividades mais nobres nestes meses finais de 2014 para a equipe do governo.


Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Missão cumprida: o ódio perdeu...

Rodrigo Vianna escreveu no seu Forum - O Escrevinhador e eu subscrevo: 


Dilma derrota o ódio: 2018 é logo ali!

   
Para a oposição, um lembrete: 2018 é logo ali!
Para a oposição, um lembrete: 2018 é logo ali!

por Rodrigo Vianna

Existem vitórias maiúsculas pela margem obtida sobre o oponente. E existem vitórias gigantescas, obtidas por estreita margem.

A reeleição de Dilma é uma vitória do segundo tipo. Gigantesca, pela onda conservadora que a candidata teve que enfrentar.

Dilma derrotou o ódio, derrotou a maior onda conservadora no Brasil desde 1964.

Muita gente comparou essa campanha de 2014 à eleição de 1989 – que opôs Collor a Lula. Concordo, apenas em parte. O grau de tensão e terrorismo midiático foi semelhante. Mas há uma diferença importante…

Collor era um líder solitário, com apoio da Globo e um discurso messiânico. Aécio representa outra coisa: a direita orgânica, com apoio dos bancos, de toda a velha mídia, da classe média raivosa, do pensamento econômico conservador, dos pastores mais reacionários, dos pitboys de academia que querem pendurar negros nos postes, do discurso antipetista, anitinordestino.

Ganhar, contra uma onda desse quilate, significa uma vitória gigantesca – que precisa, sim, ser comemorada. Com serenidade. Mas também com alegria.

Dilma derrotou Aécio Neves, o típico garotão arrogante da elite brasileira.

 Derrotou o sorriso de deboche e a (falsa) superioridade que Aécio exibiu nos debates. Derrotou o discurso de ódio que ele ajudou a disseminar – dizendo que pretendia “libertar o Brasil do PT”.

O Brasil se libertou de Aécio e seus aeroportos privados, de Aécio e sua irmã das sombras, de Aécio e sua corja de apoiadores na imprensa mais porca que o Brasil já teve.

Dilma derrotou a revista da marginal e seus colunistas de longas e conhecidas carreiras. Nos momentos de euforia, esses colunistas enxergam-se gigantes. Mas são anões do jornalismo.

Dilma derrotou os blogueiros apopléticos e seus castelos de areia, derrotou os comentaristas gagos, as mirians, os mervais e outros quetais.

A vitória de Dilma é a derrota de ex-cineastas e ex-roqueiros que se afogam agora na baba elástica do ódio.

Mas Dilma também derrotou os neoliberais, os armínios e fhcs. Esses, talvez, os mais honestos adversários – posto que apresentaram seu programa e o debateram de forma aberta.

O Brasil rejeitou, pelo voto, o discurso de combate aos programas sociais, de redução do Estado: foi a quarta derrota seguida do liberalismo tucano – que quebrou o país nos anos 90.

Também derrotados foram a Globo e Ali Kamel. Quarta derrota seguida – apesar dos pequenos golpes e das edições malandras na véspera do voto. O JN perdeu peso. Kamel é o comandante de um império jornalístico em decadência.
O Brasil rejeitou Kamel e suas teses de negação do racismo. O Brasil apostou no combate à desigualdade, que deve seguir. O Brasil apostou num governo que enfrentou a maior crise da história, desde 1929, sem jogar o peso do ajuste nas costas dos trabalhadores.

O Brasil votou pelo planejamento e contra o  privatismo que entrega até água para o mercado – matando São Paulo de sede.

Foi a vitória da razão de Estado contra o fundamentalismo do Mercado.

Foi a vitória do trabalhismo contra o moralismo rastaquera.

Foi a vitória de Vargas contra Lacerda, de Brizola contra Roberto Marinho.

De quebra, Dilma enfrentou e derrotou o oportunismo marinista. A Rede – criada como aposta na “terceira via” e na “nova política – terminou a eleição abraçada ao conservadorismo tucano.

Depois de destruir dois partidos (PSB e a própria Rede), Marina destruiu a própria imagem e o patrimônio politico acumulado.

Dilma derrotou o ódio nas urnas. Agora é preciso derrotar o ódio e o golpismo midiático.

Na última semana de eleição, já estava claro que o aparato midiático conservador apostaria num terceiro turno.

O PSDB e a velha mídia partirão para o ataque agora, porque sabem que em quatro anos terão que encarar outro osso duro de roer: Lula.

O Brasil deve dizer a eles que tenham paciência. 2018 é logo ali.

Os tucanos que se recolham  às fronteiras de 1932. E façam o debate com Lula em 2018.

Dilma certamente sabe que sua vitória gigantesca só foi possível porque a campanha caminhou alguns graus à esquerda – incorporando jovens e coletivos populares que são até críticos ao governo petista, mas sabem  que significa o tucanato.

Com a onda popular no segundo turno, a presidenta deixou de ser a “gerente”, a administradora escolhida por Lula. Dilma virou a líder de um projeto que só avançará se tiver coragem para colher nas ruas o apoio que talvez lhe falte no Congresso.

Alianças ao centro serão necessárias, mas o apoio popular é que vai garantir apoio verdadeiro, se o aparato conservador partir mesmo para o terceiro turno.

O Brasil ficou mais forte. O ódio perdeu. De novo.